sexta-feira, 29 de julho de 2016

Batuke Samba Funk

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Banda do Rio de janeiro com muito soul e muita suinguada carioca. Este tema, "Soul carioca" é a melhor demonstração do seu groove, misturando e combinando metais e batucada, harmonizando o samba com o soul e com a cidade maravilhosa como inspiração. Só podia dar nisto!

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Infinita ilusão

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Foi ontem o concerto tão esperado em que a Marisa Monte, de volta a Portugal, convidava a fadista Carminho para o seu concerto no idílico palco dos Jardins do Marquês de Pombal em Oeiras. Já perdi a conta às vezes que vi Marisa Monte, acho que só falhei um concerto desde que ela começou a vir a Portugal mas não me farto nem nunca me vou fartar de a ver e ouvir. Lembro-me de todos mas lembro-me especialmente de dois, o da tournée "Barulhinho Bom" com o Coliseu dos Recreios à pinha, muito além da lotação, como era habitual antes das cadeiras da geral, onde ela caiu do palco a dançar, subiu rapidamente, contionuou a música até ao fim e no final pediu desculpa e disse, "acontece".
O outro foi o magnífico show da tournée, "Memórias, crónicas e declarações de amor", vi duas vezes esse concerto. Concerto irrepreensível! Banda incrível, os arranjos das canções primorosos, uma energia extraordinária comungada por todos os músicos e que passou, espontânea e organicamente, para todo público na plateia.
Este foi especial por promover esta comunhão cultural de dois países que falam a mesma língua e partilham muitos aspetos sociais e culturais e que, por isso, deveria ser algo muito nartural mas que, infelizmente, continua a ser tão raro. Mesmo assim, este novo fôlego do fado levou a cultura portuguesa ao Brasil e encantou novamente uma elite cultural que tem, altruística e até carinhosamente, divulgado, promovido e popularizado esta nova geração de artistas lusos.
Foi bonito, muito bonito mesmo, apesar do frio de uma noite de Verão, do vento que prejudicava o som, da voz da Marisa não estar nos melhores dias e até do pouco à vontade da Carminho que, há poucos anos atrás, nem sequer sonhava algum dia poder cantar com álguém que deve ter começado a admirar muito cedo.
Mesmo assim foi lindo e um dos momentos altos foi quando partilharam o fado, "Saudades do Brasil em Portugal", poema que foi escrito pelo Vinícius de Moraes numa das suas passagens por Lisboa a caminho de Roma e que o ofereceu à Amália Rodrigues. Eu juro que, nesse momento, eu ouvi e senti a cuíca e a guitarra a chorarem de emoção numa harmonia notável e comovente. Bastava isso para valer a pena mas houve muito mais coisas que vão ficar na memória e nas emoções de quem lá esteve. Muito provavelmente não se editará nenhum registo deste momento, o que é pena mas, para quem lá esteve e que fez questão de não arredar pé enquanto se percebesse que elas ainda poderiam voltar ao palco, com certeza quer não irão esquecer esta noite. Saudades, desde já.





quarta-feira, 27 de julho de 2016

Música contangiante

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"Insensatez: a mulher que fez" dos Graveola, banda mineira de Belo Horizonte, Minas Gerais e que está no seu disco de 2014 "Graveola e o lixo polifónico",  é uma daquelas músicas que nos carrega de energia, cheia de suíngue bom e com um groove contangiante e irresistível.
Música imprescindível para qualquer Verão.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Um barzinho e um violão

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Um barzinho e um violão é um projeto que junta vários artistas conceituados para interpretarem sucessos relacionados com um determinado tema comum e que nos permite recordar algumas músicas antigas sempre no registo voz e violão. Esta música é um tema que se popularizou numa novela e as novelas brasileiras têm sido sempre uma fórmula muito bem estruturada para divulgar a música brasileira nos seus vários estilos.
Há sempre a intenção de juntar um determinado estilo de música com um cantor de uma área completamente diferente para o resultado se tornar mais rico e surpreendente, com é o caso deste tema com interpretação bem negra do Toni Garrido dos Cidade Negra. A música original foi popularizada pela incrível voz da Marina Lima mas esta versão não fica nada a dever ao original.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

É isso aí meu irmão, bem vindo ao terreiro de São Sebastião!

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Descobri há pouco tempo Márcio Local, mais um carioca cheio de talento e que reinventa o swing tropical dos anos 70, onde Tim Maia e Jorge Ben Jor eram os seus principais símbolos e intérpretes. A mistura do samba com o soul e a modernidade dos ritmos dançáveis incorpora um groove irresistível no seu som. Este tema, "Soul do Samba" é um retrato primoroso do seu estilo e é mais uma hemenagem mais do que merecida ao belo Rio.



sexta-feira, 22 de julho de 2016

Um mês depois de quase 5 anos

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O 22 de Junho ficou marcado para sempre na minha vida e da C. pois resolvemos juntar os nossos amigos e formalizar o que já temos e vivemos à quase 5 anos e já passou um mês. Há quase 5 anos atrás a C. escreveu-me um texto lindo que, segundo ela, lhe saiu quando estava a escutar uma música que eu lhe enviei, de facto, a minha maior capacidade nestas coisas do amor resume-se a mandar músicas enquanto a C. escreve coisas absolutamente apaixonates e eloquentes. É um pouco uma analogia do que tem sida a nossa vida a Clara a levar o barco, a carregar os principais e mais compliocados desafios e eu vou lhe dando música :)
Por isso, quero deixar aqui o texto e música desse momento para assinalar este mês que esperemos que se transforme em muitos anos.

Às vezes pensava em quanto tempo pode durar este mês… Se dura mais um, dois ou três…

A verdade é que já não penso, e o tempo tornou-se realmente abstracto, e o sempre é ‘para sempre’ mais grato.

E então, sim, se o tempo quiser acabar, será algo que mente e coração poderão tratar. Se o tempo, por outro lado, quiser não me abandonar, sei que é contigo, que é ‘você’, com quem vou permanecer.

Sei que sobrevivo sem ti, mas vivo muito mais contigo, sou muito mais em ti, e até gosto mais de mim.

E o amor, cresceu aqui, sem vergonha de se mandar para fora de mim. E tudo o que é passado, parece agora tão fora de tudo, e tão pequeno para tudo o que tu conquistaste simples, assim…

Quinta feira, 27 de Outubro de 2011

terça-feira, 19 de julho de 2016

Mulher de outro mundo

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A Elza Soares tem novo disco aos 79 anos e, lutando com problemas de saúde, infelizmente, inevitáveis nesta idade, está em plena tournée de lançamento. O disco chama-se "A mulher do fim do mundo" e a música que dá nome ao disco é também o seu ponto mais alto. É, claramente, um tema biográfico com um poema veemente e intenso que faz um resumo breve da vida extraordinária e esdrúxula desta corajosa mulher que acaba a canção afirmando, "Eu vou cantar até ao fim". Nada mais forte para definir e caraterizar a sua essência.

"Meu choro não é nada além de carnaval
É lágrima de samba na ponta dos pés
A multidão avança como vendaval
Me joga na avenida que não sei qualé

Pirata e super homem cantam o calor
Um peixe amarelo beija minha mão
As asas de um anjo soltas pelo chão
Na chuva de confetes deixo a minha dor

Na avenida deixei lá
A pele preta e a minha voz
Na avenida deixei lá
A minha fala, minha opinião
A minha casa minha solidão
Joguei do alto do terceiro andar

Quebrei a cara e me livrei do resto dessa vida
Na avenida dura até o fim
Mulher do fim do mundo
Eu sou e vou até o fim cantar

Eu quero cantar até o fim
Me deixem cantar até o fim
Até o fim eu vou cantar
Eu vou cantar até o fim
Eu sou mulher do fim do mundo
Eu vou cantar, me deixem cantar até o fim

Até o fim eu vou cantar, eu quero cantar
Eu quero é cantar eu vou cantar até o fim
Eu vou cantar me deixem cantar até o fim"
A mulher do fim do mundo - Elza Soares

terça-feira, 12 de julho de 2016

Acima de tudo... Je suis Éder

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E lá se acabou mais um campeonato da Europa de futebol e lá nos encontrámos outra vez com a nossa habitual besta negra nas competições, a França que, noutros tempos e numa dimensão mais séria e global, já influenciou bastante a nossa história.
Foi a França a culpada da fuga do nosso rei e da sua comitiva para o Brasil quando nos quis vergar ao jugo e às ambições do seu Imperador, provocando uma série de tranformações no mundo português decorrentes dessa guerra. A melhor delas foi, com certeza, o perfume alfacinha que essa troupe levou para o Rio de Janeiro e que ainda se sente na vivência e em alguns hábitos cariocas :). O Rio chegou a ser capital do reino de Portugal nessa altura e só penso o que seria se isso se mantivesse e agora fôssemos uma colónia ou estado autónomo pertencente a esse país.
É verdade que, mais recentemente, essa mesma França acolheu e proporcionou vidas melhores a milhares de portugueses que também se viram forçados a saír do seu país mas, neste caso, por não terem qualquer perspetiva de futuro mas, mesmo assim, parece-me que o desejo de uma vingançazinha tem vindo a ficar gravado no nosso subconsciente de geração em geração desde o tempo das três invasões e dos famosos Junot, Soult e Massena. Resistimos aí com bravura e coragem, suplantámos todas as probabilidades e transcendemo-nos, salvámos a pátria mas, futebolisticamente, desde aquela amarga meia final de 1984, nunca mais ganhámos nenhuma batalha contra os gauleses.
A nossa relação mais recente com os franceses é também indissociável do facto de viverem mais de meio milhão de portugueses emigrados em França. Este valor é para nascidos em Portugal pois, se se juntar a segunda e terceira geração estaremos, certamente a falar de cerca de 1 milhão.  Outro fator importante é que, apesar de a larga maioria ter encontrado melhores condições económicas e sociais, a grande maioria, também, ocupou um papel subserviente na sociedade francesa, contrução civil, limpeza, portarias de prédios, empregadas domésticas, empregados de cafés e restaurantes e retalho, empregados da indústria e da agricultura, taxistas e motoristas são as profissões mais habituais dos portugueses. Quase sempre numa posição servil e, socialmente, inferior mesmo na relação com o seu colega francês que ocupa a mesma posição.
E por isso é que era tão importante termos, mais uma vez, um desempenho brioso num europeu que se realizou, mais uma vez, no segundo país onde há mais portugueses e portugueses que estão habituados a lidar sempre com o complexo de superioridade dos seus pares. É sempre um prazer e uma grande emoção ver como os nossos emigrantes vivem e vibram com a presença próxima dos seus símbolos e, pelo menos por eles, o nosso desempenho teria de ser irrepreensível! Ser campeões da Europa em terras gaulesas, depois de várias desilusões, na cara dos franceses seria a perfeição e, de certo, um sonho inimaginável para muitos, para mim era mas eu não só emigrante :)
E não é que esse sonho se concretizou? Mas tal como outros eventos da nossa história, realizámos o sonho da forma mais difícil, tornado difícil o que aparentemente era fácil e com requintes de guião de uma blockbuster de Hollywood. Um verdadeiro guião para uma estória verdadeira ou um samba enredo digno de uma escola campeã no carnaval do Rio para usar uma metáfora lusófona.
Tivemos uma prestação miserável na fase de grupos contra três seleções, supostamente, acessíveis e ficámos em terceiro lugar sem ganhar um jogo contra as "poderosas" Islândia, Áustria e Hungria. Só nos qualificámos porque o modelo novo com 24 equipas previa a repescagem da maioria dos terceiros lugares. Esse terceiro lugar acabou por ser melhor que o segundo pois colocou-nos no lado em que não estava nenhum dos tubarões candidatos, Espanha, Itália, Alemanha e a França. Feito conseguido porque a Islândia marcou um golo já depois do tempo regulamentar no seu terceiro jogo.
Eliminámos a Croácia com um golo aos 117 minutos, num jogo onde sofremos muito e onde o nosso capitão voltou à sobranceria que demonstrou nos dois primeiros jogos. Aliás, o golo foi imediatamente a seguir a um ataque da Croácia onde o nosso bravo Patrício (nome premonitório) afastou um remate para o poste da sua baliza.
Ganhámos à Polónia no desempate por grandes penalidades num momento épico e tenso que colocou toda imprensa francesa com a certeza de que nós iríamos baquear no jogo seguinte porque já não merecíamos estar no europeu há muito tempo. A coisa estava-se a compor pelas razões mais improváveis e inesperadas!
A meia final com Gales foi tranquila e favorável mas não nos livrámos de uma sonolenta primeira parte mas estávamos na final e agora viessem os alemães ou os franceses mas a preferência óbvia eram os franciús e iríamos ganhar direto, sem dúvida nenhuma pois o calvário até aí já tinha sido totalmente esquecido. Eu confesso, eu só queria que mantivéssemos a nossa dignidade e bravura e que deixássemos cheios de orgulho os nosso compratiotas que já tinham sofrido tanto mas que continuavam indefectíveis no seu apoio apesar de continuarem a ser enxovalhados pois a imprensa francesa continuava a promover a sua teoria oficial. Os franceses estavam inchados e plenamente confiantes, ao contrário do nosso, o sonho deles era real e estava muito próximo.
Chegou o dia e quem achava que a estória fosse diferente estava redondamente enganado, foi pior. Uma escorregadela do Pepe, um milagre do Patrício e, de repente, o nosso capitão, a nossa maior e mais valiosa arma diz, lavado em lágrimas, que não dá mais e ainda faltam 70 minutos de jogo. As bancadas do Stade de France incharam e cresceram com a repentina injecção de confiança que invadiu os anfitriões, os patrícios, por seu lado, uniram-se no seu reduto e cerraram fileiras na bancada e no campo.
Quando parecia que já não havia mais momentos cinematográficos, o nosso engenheiro tira da cartola um jogador que a maioria da imprensa portuguesa não compreendeu como foi convocado e o Fernando, inconscientemente, a dar-lhes razão nunca o tinha utilizado nos jogos anteriores mesmo quando precisava de ganhar. O Éderzito António Macedo Lopes, este é o seu nome, nunca tinha marcado pela seleção em jogos oficiais, nunca tinha jogado numa fase final e seria a solução mais inusitada e insólita que poderia sair da cabeça do engenheiro. Mas saiu e em boa hora e nãoé que foi ele que acabou por marcar o golo e que golo. Um golo de bandeira em qualquer parte do mundo mas tinha que ser um golo deste para terminar em beleza esta estória real que dia vai virar guião.
Já os emigrantes vão ter muito tempo pela frente para consolar os seus amigos e colegas franceses mas com um grande sorriso nas faces.













sexta-feira, 8 de julho de 2016

Triunvirato de luxo

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A música chama-se mesmo "Triunvirato", tem letra e música do talentoso Samuel Úria e junta este com outras duas figuras fundamentais da nossa música atual, António Zambujo e Miguel Araújo.
Faz parte do excelente disco do Samuel de 2013, "O grande medo do pequeno mundo" e tendo em conta as agendas ultra atarefadas, principalmente dos últimos dois, o momento deste clip gravado na Casa da Música deve ter sido uma raridade. A música é uma balada bucólica e encantadora à Samuel Úria e a reunião de tanto talento confere-lhe uma aura virtuosa e envolvente. Gosto muito e não consigo explicar porque é que ainda não fazia parte deste espólio.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Obrigado e agora... Paris

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Obrigado ao Cristiano e ao seu poder de elevação e concretização, obrigado ao Raphael pelo cruzamento preciso, obrigado ao JoãoMário pelo canto à maneira curta, obrigado aos restantes 11 que jogaram ontem e aos que já jogaram neste Europeu, obrigado à Dona Dolores e às restantes Donas Dolores, obrigado aos que acredittaram e aos que, como eu, não acreditaram mas que, mesmo assim, têm vibrado, obrigado aos emigrantes que têm sido incansáveis no apoio e no entusiasmo.
Foi bonito e agora... Paris.


quarta-feira, 6 de julho de 2016

Toda a menina baiana tem um jeito

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Ouvi falar da Illy Gouveia pelo Caetano Veloso o que é já um certificado patente de qualidade. Felizmente, os artistas consagrados brasileiros e em especial o Caetano fazem questão de valorizar e promover artistas em ascensão no panorama musical brasileiro e até lusófono sem qualquer tipo de complexo de superioridade e isso tem-me ajudado a dscobrir alguns talentos numa fase bastante preambular e só tenho a agradecer.
A Illy Gouveia é uma cantora baiana e é mais uma com todo o jeito que a gente gosta. Vai lançar o seu primeiro trabalho, um EP que se chama "Enquanto você não chega" e a primeira mostra é este tema delicioso, "Só eu e você". Tea de autoria do brilhante Chico César o que é mais uma chancela indiscutível para o seu começo.

terça-feira, 5 de julho de 2016

O canto de outra sereia

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A Monique Kessous tem novo disco, o seu terceiro e que se chama "Dentro de mim cabe o mundo".
A Monique tem uma voz incrível e melodiosa que, já o disse outras vezes, me faz lembrar a Marisa Monte no seu início. É outra sereia encantadora que nos conquista nas primeiras palavras tal como a Marisa Monte me conquistou com a "Lenda das sereias" no seu primeiro disco a lembrar o estilo baiano irresistível e, poderosamente sedutor, da saudosa Clara Nunes.
A Monique começa por nos seduzir num estilo mais tranquilo e sereno com o primeiro tema do disco que se chama "Aqui tem" e onde ela homenageia a sua herança carioca e a sua cidade natal o Rio de Janeiro.
O encanto melancólico e melodioso continua lá e está cada vez melhor. Gostei!

"Quando eu canto, eu posso ser o que eu quiser
A minha voz carrega o mundo como quer
Eu sou sereia, rainha do mar
Eu sou branquinha e canto o povo brasileiro
Eu sou do Rio de Janeiro
Sou afrodite, sou o fruto proibido
Eu canto a vida e carrego
Tudo o que eu vi passar..."
Aqui tem- Monique Kessous

segunda-feira, 4 de julho de 2016

"Cuide bem do seu amor"

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"E cada segundo, cada momento, cada instante
É quase eterno, passa devagar
Se o seu mundo for o mundo inteiro
Sua vida, seu amor, seu lar
Cuide tudo que for verdadeiro
Deixe tudo que não for passar"
Cuide bem do seu amor - Paralamas do Sucesso