segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Cafuné nordestino

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Música nova da Mariana Aydar chamada "Te faço um cafuné". É uma versão atual e ao estilo da mariana do tema original de Dominguinhos mantendo ainda algum gosto do nordeste.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

"Era tanta a saudade"

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Já passaram 11 anos do lançamento do disco "Ana & Jorge" que documentou um concerto do Seu Jorge e a Ana Carolina. Foi um momento único, literalmente, pois só realizaram o concerto que deu origem à gravação e, na altura, correu até o boato que se tinham zangado. Boato que nunca foi confirmado e, mais importante do que isso, verdade ou mentira nao condicionou o facto de passados esses anos os dois terem decidido voltar a juntar-se para fazerem uma série de concertos e um deles, felizmente, em Lisboa hoje à noite. O disco é uma pedaço de estória delicioso da MPB que juntou dois intérpretes da pesada numa fase em que estavam os dois em ascensão meteórica. Demonstraram uma quimica impressionante em palco e deram tudo nesse show o que aumentou substancialmente a vontade de ver ao vivo esse registo e criou uma enorme e quase insuportável frustração nos seus fãs, onde eu me incluo, quando nos apercebemos que isso seria impossível de acontecer. Com 10 anos, o entusiasmo amenizou um pouco e a ansiedade tornou-se uma pequena mágoa persistente. Felizmente hoje vai ser o dia em que essa mágoa se transformará em algumas horas de deleite e uma futura boa recordação, é isso aí!

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Injuriado

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Depois do lançamento do disco na passada sexta feira, saiu já o primeiro vídeo de apresentação do novo disco de António Zambujo a cantar Chico Buarque. A música escolhida é o "Injuriado" que já tinha sido uma das duas músicas de promoção lançadas previamente nas plataformas digitais. É uma das interpretaçãos que mais gosto apesar de a escolha ser bastante complicada pois o disco está muito homogéneo em termos de qualidade.Todo o disco é divinal e percebe-se esta descontração e cumplicidade retratada neste vídeo que é gravado num excelente e acolhedor restaurante da nova velha Lisboa. A beleza do disco é reconhecida dos dois lados do Atlântico e toca transversalmente todo o tipo de público, desde os meros aficionados de música, como eu, até símbolos da música e da cultura de língua portuguesa como Caetano Veloso que, reforçando a sua já demonstrada admiração pelo António, disse a propósito deste disco, "No timbre e na prosódia lusitana de António as canções de Chico Buarque (escolhidas em períodos diferentes das muitas décadas de composição) parecem postas numa perspetiva que dá ao brasileiro uma tomada de distância – no espaço e no tempo – que o leva às lágrimas, assustado que fica com a nova evidência da sua grandeza". É sempre bonito ver o Brasil a admirar e a encantar-se com um português a interpretar um dos seus maiores representantes da sua música e cultura contemporânea.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

"My name is now!"

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"Eu estou sempre começando", esta afirmação é da senhora Elza Soares que, para quem não saiba, nasceu em 1937 e este clip onde ela partilha com o jovem rapper Emicida (31 anos) uma nova versão do clássico "Nega do cabelo duro" é mais uma prova da capacidade de reinvenção desta intérprete brilhante que continua a desafiar-se aos 79 anos!
Esta enigmática mulher é quase uma personagem mitológica devido, por um lado às atribulações constantes na sua vida e, por outro, pela capacidade inata de ultrapassar todas as adversidades e contingências. Essa aura factual deu origem inclusivamente a um documentário sobre a sua vida e que se chama "My name is now". E isso é a tradução perfeita do que ela é e da sua capacidade de ser não só atual mas disruptiva na música contemporânea que quer interpretar e na forma como encara a vida.
Se tudo correr bem, iremos ter o prazer de a ver pela primeira vez, pois irá estar em Portugal no próximo mês, dia 24 na casa da Música no Porto e 25 ou 26 no Misty Fest em Lisboa. É mais uma paixão antiga e nunca mais me hei-de esquecer do momento em que ouvi esta voz incrível pela primeira vez e as estranhas e complexas emoções que me causou e que continua a causar.
 A voz já não é a mesma mas a vontade e a motivação e a consequente vitalidade parecem que vão crescendo à medida que ela se apercebe do aparecimento de algumas fragilidades incontornáveis e decorrentes da sua idade.
O seu disco mais recente chama-se "Mulher do fim do mundo" mas a sua carreira é de outro mundo.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Elis

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Foi divulgado esta semana o primeiro trailer do filme brasileiro, Elis, que retrata a vida inquieta e conturbada da cantora gaúcha Elis Regina, conhecida como Pimentinha. A Elis morreu prematuramente em 1982 com apenas 36 anos mas deixou uma marca bastante vincada não só na música mas também na sociedade brasileira devido ao seu lado de ativista política, assumindo publicamente e por diversas vezes a sua revolta face à ditadura militar que governava o Brasil na época. Está retratado no filme o famoso episódio em que ela declara que o Brasil era governado por gorilas mas sem querer ofender os gorilas.
É considerada uma das maiores vozes do Brasil e, inclusivamente, a responsável principal pela transição da bossa nova para a música popular brasileira, a MPB que , como se refere no filme, parecia mais as siglas de um partido político.
É óbvio que estou ansioso.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Dia 24 de Novembro é o dia!

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Para comemorar o centenário do nascimento do samba o Zeca Pagodinho vem fazer uma pequena digressão na Europa e, felizmente, incluiu Portugal. Dia 24 de Novembro, se os deuses do samba o permitirem, vou realizar um dos maiores desejos que tenho relacionados com a minha paixão pela música. A minha paixão pela música faz com que, entre outras coisas, tenha uma infinita vontade de ver e rever os meus músicos e intérpretes preferidos ao vivo em concertos. Felizmente, tenho tido a felicidade e o privilégio de ver a maioria deles ao vivo, algubns deles por diversas vezes. Admito que ainda existem alguns que me faltam nessa lista desejos, não muitos mas algumas das faltas deixam-me uma ligeira angústia e um vazio que nunca é totalmente preenchido.
Uma dessas falhas e uma das mais latentes é ainda, esperemos que por pouco tempo, o Zeca e, confesso, que tinha uma esperançao muito ténue de o ver e acharia que isso só seria possível se coincidisse com uma viagem ao Brasil dado o seu conhecido receio de viajar de avião e a sua personalidade singela e modesta que o faz preferir o seu reduto de Xerem a grandes digressões internacionais. Felizmente, por todas as razões mas neste momento especialmente por esta, o samba já faz 100 anos e não encontro melhor forma de assinalar essa efeméride em Lisboa que um concerto do mestre Zeca.
Apenas por curiosidade, esta comemoração oficial do centésimo aniversário do nascimento do samba tem a ver com o facto de em 1916 se ter gravado o primeiro tema, registado como samba, a música chama-se "Pelo telefone" e foi composta por Donga e Mauro de Almeida e em 100 anos o samba transformou-se totalmente. Passou de uma manifestação marginal de uma etnia segregada para a maior expressão da cultura brasileira ultrapassando até as fronteiras do universo das artes para se tornar parte fundamental da essência social e da identidade do povo brasileiro.
Não há dúvidas absolutamente nenhumas que as expetativas estão altas pois o que desejamos é viver, durante um par de horas, um pouquinho desse Brasil cheio de alegria e energia contagiante pois desde que o samba é samba é assim.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Coisa bunita

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"Diz-me coisas bunitas sussurradas ao ouvido com sabor..."

A nova música da Sara Tavares é uma verdadeira maravilha. Poema doce e encantador e uma melodia inebriante, sensual, saborosa e cheia de ritmos e sabores cabo verdianos. É, sem dúvida uma canção que tem cheiro e sabor.
É incrível como um país tão pequeno e tão disperso conseguiu dar ao mundo uma cultura musical tão distinta e tão consistente e tantos músicos e intérpretes tão talentosos. Nú crê tchêu más! Acho que é assim :)

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Olha o suingue novo aí

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Baltazar é uma banda nova que lançou na primeira metade deste ano o seu primeiro trabalho gravado, um EP chamado "Pressa". Baltazar é uma banda carioca que junta 4 amigos que se conhecem desde o tempo da escola e é mais um excelente produto do ambiente musical efeverescente do Rio de Janeiro.
Este é o meu tema preferido, "São Salvador", um sambalanço com uma secção de metais incrível que nos transporta desde logo para os ambientes maladros da lapa carioca.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

"O meu tambor tem axé Mangueira"

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A Mangueira já tem samba para o Carnaval de 2017. Foi este fim de semana que ocorreu a final onde se elegeu o samba campeão da escola campeã. Com o samba enredo subordinado ao tema "Só com a ajuda do santo", mais uma vez, este ano, houve vários sérios candidatos a a concorrer. A escolha recaiu sobre aqule que me parece mais entusiasmante e mais mobilizador para a avenida.
 Era o meu preferido mas este facto não só não é relevante como também não é promissor pois as minhas previsões não costumam ser muito favoráveis. Mesmo assim, é, na minha opinião a melhor escolha e pareceu-me que, pelas imagens em direto no momento do anúncio, que é uma escolha conciliadora e expressivamente aprovada. Vamos atacar o bicampeonato!
 "O meu tambor tem axé mangueira
sou filho de fé do povo de aruanda
nascido e criado pra vencer demanda
batizado no altar do samba"

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Sangue, suor e raça

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Este é o nome de um álbum que saiu em 1972 e que reuniu Elza Soares que estava no auge da sua carreira com Roberto Ribeiro, um sambista em ascensão mas ainda no início do seu percurso. Muito conhecedores dizem que este é um disco marcante na carreira dos dois e do ponto de vista qualitativo, é de facto um disco de enorme qualidade com duas grandes vozes da música brasileira. A Elza, nesta altura, já tinha editado vários discos, já tinha alcançado enorme notoriedade no Brasil e estava já a preparar o seu salto para a internacionalização. O Roberto Ribeiro, depois de ter deixado definitivamente as chuteiras, com uma curtíssima passagem pelo clube carioca Fluminense, já era um reconhecido sambista na escola de samba Império Serrano tendo, inclusivamente, sido um dos puxadores do samba-enredo no desfile de carnaval da escola. É um disco que vale a pena, com samba para todos os gostos e com a voz da Elza no seu ponto alto. Este samba canção "Aurora de um sambista" é a minha preferida.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

O Buarque do Zambujo

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Está quase a sair o novo trabalho do António Zambujo, um disco em que ele interpreta músicas do Chico Buarque e que se chama "Até pensei que fosse minha". É notória e estrutural a influência da música brasileira na sua construção como artista assim como também é óbvia e latente a sua paixão pela obra de diversos nomes que constituem a história da música popular brasileira. O Chico é um dos mais presentes e regulares nos concertos do António Zambujo, a "Valsinha", que estará neste disco, é, felizmente, interpretada com alguma regularidade e, inclusivamente, num show no Brasil, o António convidou a Carminho para um dueto em que interpretaram o tema "Sem fantasia" e a filmagem amadora que vi, tinha sido feita pelo próprio Chico. O tema também está neste disco mas a parceira muda, é a Roberta Sá que partilha a canção desta vez. A Carminho não foi esquecida e participa neste disco na maravilhosa canção, "O meu amor" que faz parte da famosa e brilhante "Ópera do Malandro". O outro dueto que existe no disco é, como não podia deixar de ser, com o próprio Chico Buarque na canção "Joana francesa". O disco possui ainda diversos clássicos tais como, "Injuriado", "João e Maria", "Cálice", "Tanto mar" e "Geni e o zepelim". O disco é lançado no próximo dia 21 de Outubro.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Fio Maravilha

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Sou um grande fã de Jorge Ben Jor e uma das grandes falhas na minha vida é nunca ter tido oportunidade de o ver ao vivo. Se me pedirem para nomear uma música favorita será muito difícil porque tenho várias mas, com certeza, que uma delas é o tema "Fio Maravilha" que relata apaixonadamente um golo de um tal de João Batista Sales, avançado que jogou no Flamengo sem grande brilho mas que obteve a sua fama eterna graças a um golo e à música do Jorge Ben Jor. O que eu não sabia até ontem e que descobri graças ao artigo "Anatomia de um golo" do jornalista Sérgio Pires do site Mais Futebol, é que esse momento eterno aconteceu numa partida amigável entre o Flamengo, por quem nutro uma grande simpatia e o meu Benfica. Será difícil lerem alguma coisa escrita por mim acerca de uma derrota do meu clube do coração mas, só por esta vez, há um motivo superior para falar deste contratempo futebolístico devido a este golo sofrido em pleno Maracanã no longíquo ano de 1972 no Torneio Internacional de Verão do Rio de Janeiro. Por uma única vez posso admitir que ainda bem que o meu clube perdeu mas que ficou associado não só a um momento de inspiração de um jogador mediano mas, mais importante que isso, ficou também associado a este momento de genialidade deste incrível músico que assistiu a essa partida na arquibancada.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Quintal do Pagodinho de novo

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Está prestes a sair o terceiro Quintal do Pagodinho e este "Toda a hora" é a primeira amostra. Confesso que este modelo é a minha cara, roda de samba cheia de bambas, cerveja, amigos e descontração regada com boa música e muita alegria. Um dia...