terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O mundo é enorme

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Mais uma onda gigantesca na Praia do Norte na Nazaré dominada pelo louco McNamara.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Sol de Inverno

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Que nos remete logo para saudosos e bons momentos e nos deixa impacientes até os conseguir repetir.


























"Se eu tivesse mais alma para dar, eu daria..."

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"Luz das estrelas
Laço do infinito
Gosto tanto dela assim
Rosa amarela
Voz de todo grito
Gosto tanto dela assim
Esse imenso desmedido amor
Vai além de seja o que for
Vai além de onde eu vou
Do que sou minha dor
Minha linha do Equador
Esse imenso desmedido amor
Vai além de seja o que for
Passa mais além do céu de Brasília
Traço do arquiteto
Gosto tanto dela assim
Gosto de filha
Música de preto
Gosto tanto dela assim
Essa desmesura de paixão
É loucura do coração
Minha Foz do Iguaçu
Polo sul, meu azul
Luz do sentimento nu
Esse imenso desmedido amor
Vai além de seja o que for
Vai além de onde eu vou
Do que sou minha dor
Minha linha do Equador
Mas é doce morrer neste mar
De lembrar e nunca esquecer
Se eu tivesse mais alma pra dar
Eu daria, isto pra mim é viver
Céu de Brasília, traço do arquiteto
Gosto tanto dela assim
Gosto de filha, música de preto
Gosto tanto dela assim
Essa desmesura de paixão
É loucura do coração
Minha Foz do Iguaçu, polo Sul
Meu azul, luz do sentimento blue
Esse imenso desmedido amor
Vai além de seja o que for
Vai além de onde eu for, do que sou
Minha dor, minha linha do Equador
Mas é doce morrer neste mar de lembrar
E nunca esquecer
Se eu tivesse mais alma pra dar
Eu daria, isto pra mim é viver"
Linha do Equador - Caetano Veloso e Djavan

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Salgueiro há 20 anos

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"Explode coração
Na maior felicidade
É lindo o meu Salgueiro
Contagiando e sacudindo essa cidade"

Já faz 20 anos que o Salgueiro foi campeão da escolas de samba com o samba enredo que contou a história da viagem de navio entre Belém e o Rio de Janeiro, que geralmente era feita em navios com prefixo Ita. O título deste samba era "Peguei um Ita no norte" e devolveu o título de campeã à escola do morro do Salgueiro no bairro da Tijuca, que estava de jejum há 17 anos. Curiosamente voltou a sofrer de um jejum prolongado voltando a ser campeã apenas neste século, mais propriamente em 2009.
Mas este samba enredo tornou-se num dos clássicos da Carnaval do Rio de Janeiro e é tocado em todos os blocos carnavalescos que se prezem a começar pelo Monobloco e sem esquecer o meu querido bloco "Último Gole" no Jardim Botânico.
Este é um dos poucos sambas que passou a ser cantado por toda a gente independentemente da escola de samba que prefere e não há Carnaval sem cantar "explode coração" em utilizando todas as capacidades disponíveis na garganta e nas sofridas cordas vocais e, aparentemente, isso percebeu-se logo no momento em que a escola desfilou, segundo o site O dia na folia, do jornal carioca, O Dia:

"(...) Foi na vóz do intérprete Quinho que ‘Explode Coração’ caiu na boca do povo. Passados 20 anos do deslife, ele lembra que, logo no início, a torcida na Sapucaí abraçou o samba. “Logo que chegamos no setor 1 e comecei a cantar, o público veio junto e cantou com a gente. E foi assim por todo o tempo de desfile. Parecia que só tinha salgueirense na avenida”, afirmou Quinho.

A opinião é a mesma do autor Demá Chagas. “Foi impressionante. Todo mundo entrou no clima. Torcedor com a camisa da Mangueira, da Beija-Flor, policiais, repórteres. Todo mundo cantava, maravilhado com a passagem do Salgueiro”.

Referência quando o assunto é samba-enredo, Neguinho da Beija-Flor dá a palavra definitiva sobre aquele Carnaval. “O Salgueiro foi a terceira escola a desfilar. Mas quando eu ouvi aquele samba e vi o desfile, sabia que o título estava definido”."

Para afastar a chuva e o mau olhado

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"Alvorada lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo
( a alvorada )
Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
E o que me resta é bem pouco
Ou quase nada, do que ir assim, vagando
Nesta estrada perdida."
Alvorada - Cartola e Leci Brandão

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Fale mestre Zeca

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Dois belos clássicos do samba, acho que já os posso considerar.
"Quintal do céu", música do disco e DVD do Zeca Pagodinho, "O quintal do Pagodinho" aqui com Seu Jorge mas no disco estão todos os bambas. Belo ambiente.
A outra é um clássico com Almir Guineto e Fundo de Quintal, "Mole que nem manteiga".
Esta é para o meu brother P.



"Um bangalô
No mais lindo canto da cidade
Um grande amor
Para completar minha felicidade
Canção de poesia, primasia
A inspiração toma conta de mim
Meu coração
Acende o interior
A luminosidade é a luz do nosso amor
A luminosidade é a luz do nosso amor
Quintal do céu
Quintal do céu, porta aberta ao recebê-la
Estrela, divina luz
Da janela ao vê-la a fé conduz
A um poema que hoje eu mesmo fiz
Vem me fazer feliz
Sentindo assim
O meu interior
A luminosidade é a luz do nosso amor
A luminosidade é a luz do nosso amor
Um bangalô..."
Quintal do céu - Seu Jorge e Zeca Pagodinho


"É hoje, é hoje
É hoje que to querendo...tô mole que nem manteiga
O sol ta me derretendo.... é hoje!

Tô querendo e quem não quer
Viver em paz e harmonia
Também fazer treze pontos, sozinho na loteria
Muita gente tem não quer
Muita gente que não tem
É quem poucos com muito
E, muitos sem nem um vintém....é hoje"
Mole que nem manteiga - Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho e Almir Guineto

Hoje e amanhã no Espaço Brasil

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"A lua e eu
a lua e eu

Mais um ano se passou
E nem se quer ouvi falar teu nome
A lua e eu

Caminhando pela estrada
Eu vou olhando o pôr do sol
Vejo pegadas
Mais não são as suas.
Eu sei, eu sei, eu sei
O vento faz, eu lembrar você
As folhas caem mortas como eu.

QUando eu olho no espelho
Estou ficando velho e acabado
Procuro encontrar
Não sei onde está
Você.

O vento faz, eu lembrar você
As folhas caem mortas como eu."
A lua e eu - Cidade Negra

Música para churrasco ao vivo

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Ritmo certo, "Eu sou o samba" com Seu Jorge e Alexandre Pires. Quero esse dvd, rápido!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Porta dos Fundos

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Esses caras são mesmo muito engraçados. Aconselho vivamente ver os vídeos deles na página YouTube deles aqui. Há mais, muitos mais e com muita piada, muito non sense e muita sacanagem e descontracção brasileira. Estes são dois dos bons exemplos, um mais soft e o outro vem com tudo e é só para quem não é impressionável.Cuidado hein. Não vai reclamar porque eu avisei.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Segura o samba aí

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Em tempos de lua nova palavra para o Zeca Pagodinho e Seu Jorge. DVD do show ao vivo do disco "Músicas para Churrasco", "Ao vivo na Quinta da Boa Vista".
"A lua
Quando clareia o terreno 
Em forma de pandeiro
O samba brasileiro fica mais bonito 
A voz do partideiro 
Vai ao infinito
Há sempre uma história a contar
Pro povo que veio de lá
De além-mar 
É uma voz que não se cala
Que superou a senzala 
E conseguiu se libertar

É uma voz que não se cala
Que superou a senzala 
E conseguiu se libertar

Os astros têm influência no samba
Clareia a mente de um bamba 
Que cultiva a inspiração 
Lua de Ogum
Meu samba na escuridão
Clareia meus acordes musicais
Ou será que a lua 
De São Jorge não é mais
Clareia meus acordes musicais(a lua)"
Lua de Ogum - Zeca Pagodinho e Seu Jorge

Deliciosa

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Volto a falar de Rubem Graga com todo o gosto. Mais uma crónica magnífica do Arnaldo Jabor:
"Caro Rubem Braga,

Escrevo-lhe estas mal traçadas linhas para comemorar seu aniversário de 100 anos. Sei que me condenaria por este começo de artigo, pois você lutava contra os lugares-comuns da imprensa. Uma vez me disse que demitiria qualquer redator que começasse um texto com "Natal, Natal, bimbalham os sinos" ou então "Tirante, é obvio..." ou ainda "O comboio ficou reduzido a um montão de ferros retorcidos". Sei que, odiando lugares-comuns, você estaria rindo das homenagens que lhe prestam - velhinho com 100 anos sendo tratado como um ser especial, logo você que sempre quis ser um homem comum, sem lugar claro na vida. Você não tinha nada de 'especial', nenhum brilho ostensivo; você não falava muito e tinha a melancolia que lhe dava o posto de observação privilegiado para ver a vida correndo à sua volta 'aos borbotões, a vida ávida e passageira' (perdoe-me de novo...)

A primeira vez que nos vimos foi por volta de 1975, quando lhe pedi autorização para usar Ai de ti, Copacabana como título de meu filme Tudo Bem, que acabei não usando; mas, bem antes disso, eu tinha visto você de longe no Antonio's, nosso bar mitológico, brigando com o Di Cavalcanti ("para de pintar mulatas que você não come!", e tinha lido crônicas geniais como Um Pé de Milho - você observando um grão virar pendão em seu jardim, você, um feliz fazendeiro da Rua Júlio de Castilhos.

Vi você vendo o outono chegar a Botafogo dentro de um bonde, vi você vendo as estações do ano voando sobre Ipanema (desculpe as aliterações...), vi que você via a cidade por baixo das casas e edifícios, a praia dos tatuís hoje sumidos, o vento terral soprando nas praças, senti que você tinha uma saudade não sei de que, uma nostalgia repassava suas crônicas, como em Tom Jobim, em Vinicius, numa época em que a literatura era importante, em que o Rio tinha a placidez baldia de uma paisagem vista de dentro; lembro-me de você espinafrando a destruição de Ipanema pelos bombardeios criminosos de Sergio Dourado e Gomes de Almeida Fernandes, os dois malfeitores que exterminaram a zona sul em poucos anos. "Eu sou do tempo em que as geladeiras eram brancas e os telefones pretos" - você batia na mesa - "e eles destruíram tudo!"

Suas frases ecoam na minha cabeça, não por alguma profundidade ambiciosa, mas justamente por uma 'superficialidade' buscada, como uma conversa de amigos íntimos. Não vou citar nada, mas estou no Rio, em frente do 'velho oceano' (ah! Cuidado com o 'rocambole'!...), são 6 da tarde e vejo ao longe as ilhas Cagarras envolvidas numa névoa roxa, naquela hora em que a linha do horizonte se une ao céu, com o mar imóvel, sólido e cinzento.

A segunda vez que lhe vi foi em sua casa, numa festa pequena para amigos onde eu entrei sem ar (quem me levou?). Ali na varanda em frente de Ipanema estavam homens que eu temia - ídolos de minha juventude angustiada. Ali estavam tomando uísque o Vinicius de Moraes, você, Fernando Sabino e minha paixão literária máxima: João Cabral de Mello Neto, o gênio da poesia. Danuza Leão também estava. Todo mundo meio de porre, principalmente o João Cabral, que bebia mal e implicava com o Vinicius numa agridoce provocação, criticando-o por ter abandonado a poesia pela música popular. João Cabral odiava música, que lhe doía na cabeça como um barulho, estragando seu pensamento obsessivo, piorando suas horrendas dores de cabeça. João Cabral sacaneava: "Que negócio de 'garota de Ipanema', Vina, você é poeta!". O Vinicius ficava puto, mas respondia conciliatório: "Para com isso, Joãozinho; deixa isso pra lá!". O Cabral insistia: "Que tonga da milonga do caburetê que nada...", a ponto de Danuza ralhar com ele: "Deixa de ser chato, João Cabral!". Lembra disso, Rubem? Imagine minha emoção de jovem tiete ao assistir àquela briguinha íntima e mixa entre minhas estrelas. A honraria me sufocava. Você ria dos dois ali no seu jardim suspenso, como um operário de outra construção - crônicas sem ambição e por isso mesmo muito além de teorias.

Lembro que, em dada hora, o João Cabral me segredou (Oh, suprema alegria!...): "O mal que Fernando Pessoa fez à poesia foi imenso." Tremi aliviado, pois secretamente sempre achei a mesma coisa - aqueles delírios portugueses lamentosos e subfilosóficos sempre me encheram. (Por favor: cartas me esculachando para a redação).

Que pena que não lhes conheci mais intimamente, pois tinha medo de vocês - não me achava digno. Naquela época (início dos 70) havia tempo e energia para se discutir literatura. Hoje, neste tempo digital e veloz, ou temos o derrame de besteiras nas redes sociais ou porcarias de autoajuda nas listas de best-sellers.

Só. Naquela época havia o consolo de um sentido, mesmo sob a ditadura, que até enfurecia nossa fome de verdade.

Tenho saudades das polêmicas sobre 'forma', sobre 'mensagens' até caretas, tenho saudades 'das velhas perguntas e das velhas respostas' - como escreveu Beckett.

A última vez que nos vimos, Rubem, foi numa noite chuvosa em que saímos do Antonio's meio de porre e eu lhe dei uma carona até a Rua Barão da Torre. No carro, você me contou, rindo com a voz pastosa, que aparecera uma garota de uns 18 anos em sua casa que resolveu se apaixonar por você e que ia ao seu jardim para 'dar ao mestre'. "Não sei o que ela vê em mim, mas vou comendo..." Adorei a confidência, mas vi que você estava mais velho e cansado, mais bêbado do que eu. Ajudei você a sair do carro até a portaria de sua pirâmide, onde deixei você, meio grato e meio irritado pela ajuda.

Depois, você morreu. Soube emocionado que você contratou a própria cremação - foi a São Paulo e o funcionário perguntou: "Pra quem é?" "Para mim mesmo", respondeu você, poeta macho. Por isso, quando vejo esse papo todo de 'fazendeiro do ar', de 'poeta do cotidiano', imagino que você diria: "Não me encham o saco. Sou apenas um pobre homem de Cachoeiro de Itapemirim..."

Grande abraço e parabéns pelos 100 anos. "
Arnaldo Jabor, Estadão, !5 de Janeiro de 2013

Novas do D2

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Já tem um tempo, pois saiu no Brasil em Setembro do ano passado mas não deu para falar antes. Aliás, eu ouvi muito pouco ainda desse novo disco do Marcelo D2, conheço apenas esta música, "Eu já sabia" que serviu de single de lançamento e conta com a participação do seu filho e do vocalista de uma banda que eu também desconhecia, Ponto de Equilíbrio. A segunda música, "Malandragem às avessas" é uma colaboração do D2 no disco desta banda. O título deste novo álbum é "Nada pode me parar" e marca o sétimo trabalho a solo do rapper e compositor carioca.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Carnavais

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"Êo Êo! Laiá!
Êo Êo! Laiá!
Êo Êo !!

Já pintou o verão
Calor no coração
A festa vai começar
Salvador se agita
Numa só alegria
Eternos Dodô e Osmar...

Na Avenida Sete
Da paz eu sou tiete
Na Barra o farol a brilhar
Carnaval na Bahia
Oitava maravilha
Nunca irei te deixar
Meu amor!

Eu vou!
Atrás do trio elétrico
Vou!
Dançar ao negro
Toque do agogô
Curtindo minha
Baianidade Nagô
Iô! Iô! Iô! Iô!
Eu queria
Que essa fantasia
Fosse eterna
Quem sabe um dia a paz
Vence a guerra
E viver será só
Festejar!

Êo Êo! Laiá!
Êo Êo! Laiá!
Êo Êo!

Já pintou o verão
Calor no coração
A festa vai começar
Carnaval na Bahia
Oitava maravilha
Nunca irei te deixar
Meu amor!

Eu vou!
Atrás do trio elétrico
Vou!
Dançar ao negro
Toque do agogô
Curtindo minha
Baianidade Nagô
Iô! Iô! Iô! Iô!
Eu queria
Que essa fantasia
Fosse eterna
Quem sabe um dia a paz
Vence a guerra
E viver será só
Festejar!

Êo Êo! Laiá!
Êo Êo! Laiá!
Êo Êo!

Eu vou!
Atrás do trio elétrico
Vou!
Dançar ao negro
Toque do agogô
Curtindo minha
Baianidade Nagô
Iô! Iô! Iô! Iô!
Eu queria
Que essa fantasia
Fosse eterna
Quem sabe um dia a paz
Vence a guerra
E viver será só
Festejar!"
Baianidade Nagô - Daniela Mercury

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Mais uma bela banda do outro lado do Atlântico

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Chamam-se Dona Joana, intitulam-se banda, são cariocas e dizem-se inusitados. No seu site dizem que a banda ou trupe é formada por músicos, compositores, atores, bailarinos e circenses. Surgiram em 2009 como banda de um espetáculo de cabaré circense e, provavelmente, conseguiram um pico de projecção quando participaram no programa do Som Brasil de homenagem à dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, talvez a mais consagrada do país.
É um registo agradável e descontraído mas com uma excelente qualidade musical e com uma inspiradora originalidade que me põe a ouvir géneros musicais inusitados. Gosto destas dicotomias.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Uncertain Smile

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"I've got you under my skin where the rain can't get in,
but if the sweat pours out, just shout I'll try to swim and pull you out."
Uncertain Smile - The The

Estas coisas não podem acontecer por acaso

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Apesar de gostar da maioria das crónicas, não é assim tão frequente ouvir a crónica "sinais" do Fernando Alves na TSF simplesmente por geralmente não calha com o momento em que estou no carro a ir para o trabalho. Mas hoje ouvi e percebi que tinha de ouvir pois foi dedicado ao escritor Rubem Braga já que amanhã se comemora o centenário do seu nascimento. Este maravilhoso poeta brasileiro foi um grande amigo e parceiro do saudoso Vinícius de Moraes que, curiosamente, nasceu no mesmo 1913 e, portanto, também este ano se comemorará o seu centenário, mais propriamente a 19 de Outubro. A crónica fala, entre outras coisas, do gentil e sentido 'recado' que o Rubem Braga lhe escreveu, na primavera de 1980 (o Vinícius morreu a 9 de Julho desse ano, em pleno inverno do hemisfério sul) dando-lhe a triste notícia que a primavera tinha chegado sem Vinícius pela primeira vez desde 1913. É dos exemplos mais marcantes daquilo que deve ser a amizade. Lembra-me uma frase curta, sensata e eloquente o do Vinícius, "A gente não faz amigos, reconhece-os".

 "No Centenário de Rubem Braga
 Passa amanhã o centenário do nascimento de Rubem Braga, "o bravo Capitão Braga", como lhe chamou o grande amigo Vinicius de Moraes, cujo centenário se assinala também neste 2013. Vinicius morreu dez anos antes de Braga. E o grande cronista enviou-lhe, uns dias adiante, um "recado de primavera". Rubem Braga, que tinha feito de tudo nos jornais, reportagem de guerra, crónica, anotações intensas sobre a vida (que, ele o dizia, tanto escapava aos jornais), dava ao amigo Vinicius uma "notícia grave": a primavera chegara. Era a primeira primavera sem Vinicius, desde 1913, sublinhava o autor de "As coisas boas da vida": "Seu nome virou placa de rua e nessa rua que tem seu nome na placa vi ontem 3 garotas de Ipanema que usavam mini-saias. Parece que a moda voltou, nessa primavera. Acho que você aprovaria.(...)O tempo vai passando, poeta, chega a primavera nesta Ipanema, toda cheia de sua música e de seus versos. Eu ainda vou ficando um pouco por aqui - a vigiar, em seu nome, as ondas, os tico-ticos e as moças em flor." É um exercício demorado e surpreendente o de reunir o tanto que eles se escreveram, em ternura cúmplice. Mesmo quando Braga fez um arremedo irónico da Garota de Ipanema -ele que não olhou com bons olhos para a aventura musical de Vinicius,talvez porque esta o afastasse da oficina mais rigorosa do trabalho poético.. Rubem Braga e Vinicius foram ambos diplomatas. O mundo de ambos era vasto e há, no que se escreveram, algumas vezes, abraços de longe. Vinicius, na longa e tocante "Mensagem a Rubem Braga": "A meu amigo Rubem Braga digam que vou, que vamos bem: só não tenho é coragem de escrever, mas digam-lhe: Digam-lhe que é Natal, que os sinos estão estão batendo e estamos no Cavalão: o Menino vai nascer entre as lágrimas do tempo. Digam-lhe que os tempos estão duros, falta água, falta carne, falta às vezes o ar: há uma angústia. Mas fora isso, vai-se vivendo". Procura a "Mensagem a Rubem Braga", a longa e comovente mensagem ao "bravo Capitão Braga, seguramente o maior cronista do Brasil". E, neste fim de semana, procura um dos tantos livros de crónicas de Rubem Braga, jornalista multidisciplinar que ganhou prestígio na arte da crónica. Como ele dizia, escreveu sempre "para ser publicado no dia seguinte". Chamo, assim, para ele, na véspera do dia. Uma vez pediram-lhe que enumerasse dez coisas boas da vida. Dez coisas "que fazem a vida valer a pena". Entre essas dez coisas (coisas como reencontrar um sabor de comida da infância, "de tarde, na fazenda"), ele apontou: "Ler pela primeira vez um poema realmente bom, daqueles que dão inveja na gente e vontade de reler". Para amanhã: ler, ou reler, uma crónica de Rubem Braga. Se não tiveres à mão um dos seus livros, a Internet está cheia de crónicas dele. Em fundo, um samba de Vinicius."
Sinais de 11/01/2013 - Fernando Alves

Que coisa magnífica!

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Luz Casal e Concha Buíka juntas, bolas não conhecia.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O canto da sereia

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Mini série da Globo inspirada no grande livro do Nelson Motta. Descobri hoje, adorei o livro e agora vou ficar nervosos até conseguir ver.

Morreu o Selaron

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Para quem não saiba, Selaron era um artista plástico chileno autodidacta, radicado no Rio de Janeiro há mais de 20 anos e dedicou grande parte do seu tempo a decorar uma escadaria na Lapa com um caleidoscópio de azulejos e mosaicos que ia encontrando ou ia recebendo de quem visitava o local. Esta obra naif tornou-se um local obrigatório de visita no Rio de Janeiro. A sua morte significa o desaparecimento de mais uma personagem do Rio de Janeiro, uma personalidade comum que se tornou conhecida devido ao seu empenho ingénuo, desinteressado, gentil e entusiasmante, igual ao Gentileza que foi homenageado numa música da Marisa Monte. A gentileza do Rio perdeu mais um dos seus heróis.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

"Se é tão tão e tem tem tem, tem que ter algum defeito"

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Foi um dos momentos de 2012 e mesm a terminar o ano. O António Zambujo está a firmar-se como um caso muito sério da nossa música e ou muito me engano ou vai ser também um grande sucesso e uma ponte até ao outro lado do Atlântico. Tem tudo para o ser, como diz a R. é o "João Gilberto português" e tem razão, tem a capacidade de modernizar o fado, que era impensável descontruir desta forma por ser tão tradicional. Conferiu-lhe um estilo muito próprio e único, aligeirou-o, retirando-lha carga do fatalismo ao mesmo tempo que lhe agregava mais sonoridade ao incorporar elementos do seu Alentejo e da Bossa Nova. Parece simples mas há mais de 30 anos que não se via nada assim na musica portuguesa e, por isso, é mais que bem-vindo. Ele é tão, tão e tem tem tem e não perece que, do ponto de vista musical tenha algum defeito. "Vem dar uma voltinha na minha lambreta
Deixa de pensar no tal Vilela
Que tem carro e barco à vela
O pai tem a mãe também
Que é tão tão
Sempre a preceito
Cá para mim no meu conceito
Se é tão tão e tem tem tem
Tem de ter algum defeito

Vem dar uma voltinha na minha lambreta
Vê só como é bonita
É vaidosa , a rodinha mais vistosa
Deixa um rasto de cometa
É baixinha mas depois
Parece feita para dois
Sem falar nos eteceteras
Que fazem de nós heróis

Eu sei que tenho estilo gingão
Volta e meia vai ao chão
Quando faz de cavalinho
Mas depois passa-lhe a dor,
Endireita o guiador
E regressa de beicinho
Para o pé do seu amor

Vem dar uma voltinha na minha lambreta
Eu juro que eu guio devagarinho
Tu só tens de estar juntinho
Por razões de segurança
E se a estrada nos levar
Noite fora até mar
Páro na beira da esperança
Com a luzinha a alumiar

E deixar de pensar no tal Vilela
Em que tem carro e barco à vela
O pai tem a mãe também
Que é tão tão
Sempre a preceito
Cá para mim no meu conceito
Se é tão tão e tem tem tem,
Tem que ter algum defeito
Se é tão tão e tem tem tem,
Tem que ter algum defeito
Se é tão tão e tem tem tem,
Tem que ter algum defeito ..."
Lambreta - António Zambujo

Domingo, Espaço do "Ano do Brasil em Portugal"

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Belo concerto do António Zambujo, mais um em tão pouco tempo, tenho a certeza que se tornaria um hábito bastante agradável. Um dos momentos foram os duetos com a Roberta Sá e este "Novo amor" que na versão original é acompanhada pelo Hamilton de Holanda. Deu para amenizar a fustração de termos perdido o concerto da Roberta Sá no dia anterior.


"A luz apaga porque já raiou o dia
E a fantasia vai voltar pro barracão
Outra ilusão desaparece quarta-feira
Queira ou não queira terminou o carnaval.

Mas não faz mal, não é o fim da batucada
E a madrugada vem trazer meu novo amor
Bate o tambor, chora a cuíca e o pandeiro
Come o couro no terreiro porque o choro começou.

A gente ri
A gente chora
E joga fora o que passou
A gente ri
A gente chora
E comemora o novo amor."
Novo amor - Roberta Sá

Pra quem ainda não saiba...

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E a agenda dos blocos pode ser consultada aqui no Diário do Rio

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Musica linda

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A interpretação do Caetano é f***, mais uma vez!
"Sempre que eu já não lembro, lembras para mim", coisa linda.


"Que é que eu vou fazer pra te esquecer?
Sempre que eu já nem me lembro, lembras pra mim
Cada sonho teu me abraça ao acordar
Como um anjo lindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus vai apagar...

Que é que eu vou fazer pra te deixar?
Sempre que eu apresso o passo, passas por mim
E o silêncio teu me pede pra voltar
Ao te ver seguindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus pode apagar...

Me abraça ao acordar
Como um anjo lindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus vai apagar...

Que é que eu vou fazer pra te lembrar?
Como tantos que eu conheço e esqueço de amar
Em que espelho teu, sou eu que vou estar?
Ao te ver sorrindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus vai apagar..."
Pra te lembrar - Caetano Veloso

Esta música é de um músico gaucho que eu não conhecia chamado Nei Lisboa.

Belo enquadramento visual e sonoro

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António Zambujo canta música de José Peixoto e João Monge. Bela maneira de começar o ano.
José Peixoto, António Zambujo, Ana Isabel Dias e Filipe Dias - Confissão -Música de José Peixoto com letra de João Monge from MPAGDP on Vimeo.