quarta-feira, 17 de abril de 2019

"Ora" Luiz mais uma música linda

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As músicas do Luiz Caracol emocionam-me por várias razões, por conhecê-lo e por ter acompanhado o seu percurso desde muito cedo, por saber que é uma pessoa talentosa mas também uma pessoa boa e, acima de tudo, porque o Luiz faz música com muita qualidade. Este seu tema mais recente, "Ora", é mais um exemplo irrepreensível disso.
Infelizmente, o seu talento não tem vindo a ser reconhecido tão justamente como merecia, para quem já lançou músicas tão boas e envolventes, já merecia ser uma das referências indiscutíveis da nova música portuguesa. lamentavelmente ainda não o é mas o mais importante é que isso, se o condiciona de alguma forma, é no sentido de lhe dar ainda mais alento para cada vez colocar mais qualidade no seu trabalho. E isso, conhecendo-o, deixa-me cheio de orgulho.

terça-feira, 2 de abril de 2019

"Corre corre"

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Passaram 15 anos desde o lançamento do álbum 4, de 2005 e ontem, inesperada e surpreendentemente, surgiu a primeira música original desde essa altura. Já não chegava a maravilhosa notícia da segunda reunião da banada para mais uma tournée e, nessa sequência surge uma música nova interpretada pela voz de Marcelo Camelo e parece que vai haver mais músicas inéditas a apresentar nesta série de concertos. Lembro que a última reunião e consequente tournée já foi em 2015 e não passou por Portugal por isso estou suplicando a todos os deuses da música para que isso seja possível desta vez e que eu, finalmente, consiga ouvir e ver esta magnífica e talentosa banda ao vivo.

segunda-feira, 4 de março de 2019

Roteiro de Carnaval numa música

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Segunda feira de Carnaval em Lisboa é momento de nostalgia e saudade danada para quem gosta do Rio de Janeiro e do seu Carnaval. Todos os anos em que eu não estou lá e, infelizmente, são a grande maioria, o coração começa a apertar e as emoções vão ficando cada vez mais à flor da pele parecendo até que a minha masculinidade incorpora uma tpm fantasiosa :). É a maldição de amar tanto aquela cidade e de ter já inúmeras memórias incriveis.
Hoje, eu e a C. estaremos madrugada dentro ansiando pelo desfile da nossa Estação Primeira mas o Carnaval não é só samba, é muito mais do que isso. Curiosamente, enconteri hoje uma música, tema de estreia do músico carioca Danilo Perelló que fala da multiplicidade de emoções que se podem viver nessa fase de folia que vai para além dos tradicionais 3 dias. O tema chama-se "Amor de Carnaval" e visita diversos momentos emblemáticos da animação carnavalesca.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

#ProibidooCarnaval

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"Agora há uma nova era no Brasil em que menino veste azul e menina veste rosa." Quem disse isto foi a nova ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo Bolsonaro, Damares Alves na comemoração da sua tomada de posse. Esta é a mesma que, além de ooutras barbaridades, justificou há bem pouco tempo que alguns dos seus títulos académicos são diplomas bíblicos quando foi questionada pelo facto de conter no seu currículo oficial, títulos académicos que não possui. Não é muito diferente de certos personagens recentes na política portuguesa, a única diferença é que esses por se orgulharem da sua condição ateísta e laica não podiam recorrer a deus para os certificar.

É óbvio que esta declaração gerou infinitas reações na internet, reações contrárias e favoráveis. Situação curiosa o facto acontecer no Brasil, país conhecido por tantas conquistas liberais. No entanto, esse lado vanguardista viveu sempre paredes meias com uma face do mesmo país extremamente conservadora e até ortodoxa, que ganhou força com a eleição deste presidente.
Como não poderia derixar de acontecer, o mundo artístico reagiu com a qualidade que o carateriza e, aproveitando a época que se avizinha, surgiu uma música que reune a eterna raínha do carnaval da Bahia, Daniela Mercury e o filho da Bahia mais planetário, Caetano Veloso. O tema chama-se "Proibido o Carnaval"e é um ataque direto às infelizes declarações da ministra. Quem me dera que a resposta à idiotice tivesse sempre esta intelegência e qualidade.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Sorria, tá aí o Carnaval

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Sorria!!! Música nova da Orquestra Bamba Social e Tiago Nacarato, uma marchinha de Carnaval que, certamente, irá passar muitas vezes lá para os lado de Estarreja.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

"Brasil, meu dengo a Mangueira chegou"

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"Mangueira, tira a poeira dos porões
Ô, abre alas pros teus heróis de barracões
Dos Brasil que se faz um país de Lecis, Jamelões
São verde e rosa as multidões
(...)
Salve os caboclos de julho
Quem foi de aço nos anos de chumbo
Brasil, chegou a vez
De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês"

Este é o samba enredo da minha querida Verde e Rosa para o Carnaval de 2019. O enredo tenta contar a história do Brasil de forma tão simples como numa história de ninar e é mesmo esse o tema do enredo do desfile da escola este ano, "História pra ninar gente grande". No entanto, o propósito é muito mais ambicioso, o título do samba enredo é, "Eu quero um Brasil que não está no retrato" e a escola pretende contar mais do que a história dos marcos e dos factos formais que já se conhecem, pretende contar a "história que a história não conta", a história do cidadão comum ou mesmo do ostracizado, havendo claramente uma tomada de posição política consciente. Posição que atinge o seu momento de apoteose quando lembra, cita e homenageia a vereadora carioca Marielle Franco, assassinada a tiro no dia 14 de março de 2018 no Rio, junto com o seu motorista Anderson Gomes.
O Carnaval, apesar de ser uma manifestação cultural e, nesse sentido, uma das maiores do mundo, já esteve diversas vezes ligada a manifestações de posições socio políticas e esta opção da Mangueira só vem realçar o momento que o Brasil atravessa, um país mais do que bipolarizado, partido ao meio com posições diametralmente opostas dos dois lados das trincheiras na grande maioria das temáticas sociais e políticas que são essenciais para a vivência de qualquer sociedade.
Não se deve também esquecer que o samba, entres os vários críticos cotados e personalidades relevantes no Carnaval do Rio, está cotado como um dos melhores deste ano, senão mesmo o melhor. E isso só dá mais valor aos criadores e à escolha corajosa da maior escola de samba do país.
Vai Mangueira!



sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Encontro de dois génios por causa de Sangemil

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Sangemil é uma terra nos arrabaldes da Maia, colada à Giesta, nome do terceiro disco a solo do Miguel Araújo e onde ficava a casa da sua avó. Nunca esta terra teve tanto destaque como agora até porque existe pelo menos uma outra Sangemil em Portugal um pouco mais famosa porque até tem umas termas com o mesmo nome.
A Sangemil da Maia, provavelmente, não tem sequer dimensão para ser aldeia, será, no limite, um lugar, designação convencional para se denominar uma aglomeração de casas que não chegam à dimensão geográfica mínima para serem considerados aldeia, pleo menos é assim no norte de Portugal.
Sangemil era o local onde o Miguel começou a ter o seu primeiro contacto com a música graças aos seus tios carolas que mantinham um grupo musical e interpretavam os grandes sucessos anglo-saxónicos da sua juventude.
O Rui Veloso é um dos músicos e compositores mais marcantes da música portuguesa, de uma geração mais próxima à dos tios do Miguel e com grande influências também na música que revolucionou o panorama musical a partir dos anos 60.
O Miguel e o Rui são dois virtuosos, com influências muito próximas, com as mesmas origens geográficas e até sociais e que, facto mais surpreendente, conviveram de umas forma próxima desde muito cedo na infância e adolescência do Miguel.
Por estas razões todas era inevitável que um dia houvesse este encontro formal dos dois que simboliza tantas aspetos comuns nas suas vidas e que demonstrasse o que certamente já aconteceu inúmeras vezes em encontros informais que nós, simples mortais , não tivemos a sorte de assistir. O tema do Miguel deste seu último trabalho e que tem o nome desse mítico lugar, Sangemil, é, não só, um pedaço da história do Miguel mas é também a música perfeita para assinalar este encontro. Encontro feliz e que representa muito para a música portuguesa.