segunda-feira, 14 de março de 2016

American tune

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A dupla Simon & Garfunkel também já não faz parte das minhas opções musicais há muitos e longos anos. Mas, nos dois concertos que assistimos do Miguel Araújo e do António Zambujo no Coliseu dos Recreios fiquei com vontade de ouvir outra vez a gravação do concerto histórico e memorável que eles fizeram em Nova Iorque, em pleno Central Park para cerca de meio milhão de pessoas em 1981. Estavam já separados há cerca de 10 anos mas aceitaram o desafio da entidade que geria o emblemático parque que é um dos símbolos da cidade. Precisavam de fundos para fazer vários melhoramentos e a dupla aceitou o desafio e fez um concerto de beneficiência para recolher fundos para a manutenção desse grandioso parque. O Miguel Araújo utilizou-os como um dos exemplos da cultura anglo-saxónica que contribuiu para a sua formação musical, afirmando que esta foi a sua raíz cultural lá para os lados de Águas Santas em comparação com as raízes alentejanas e a sua música ancestral que foram fundamentais na formação do António Zambujo. Esta dupla folk nova iorquina, descendente de judeus, também foi muito importante na formação do meu gosto musical, ouvi vezes sem conta este disco na minha pré e plena adolescência. De facto, ouvi tanto que um dia me fartei e passei a ouvir outras coisas completamente diferentes. A partir desse momento, admito, que nos primeiros tempos em que comecei a frequentar bares de música ao vivo, já não tinha muita paciência para ouvir aspirantes a trovadores folk que não dispensavam as músicas desta dupla nos seus sets de covers todas as noites. Confesso que nem mesmo esta nova corrente vinda dos Estados Unidos que ressuscitou o folk e lhe deu um lado contemporâneo e moderno a que chamam Indie Folk e onde se podem incluir os Bon Iver, de quem gosto muito, me fez despertar a vontade de voltar a ouvir a dupla mas bastou o Miguel Araújo tocar o velhinho "American tune" para ir a correr redescobrir a versão original e os restantes temas desse concerto. E graças a isto, os senhores Paul Simon e Art Garfunkel voltaram a estar em algumas das playlists que me vão acompanhando no meu dia a dia. Aconselho-os em doses moderadas.

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