Márávilhóso!! Apesar de achar que algumas das personagens mencionadas não têm a alma carioca mas quem sou eu para contrariar o grande Vinícius e o texto é magnífico, só podia ser o mestre!
“O que é ser carioca? É ter nascido no Rio de Janeiro. Sim, é claro, e também não. Não porque ser carioca é antes de tudo um estado de espírito. Ser carioca é uma definição de personalidade. Charles Chaplin é carioca. A princesa Margaret é carioca, e já o Townsend não é, Marilyn Monroe é dos seres mais cariocas que há na face da terra. Como cariocas são Orson Wells, dois Pablos: Picasso e Neruda, Louis Armstrong, Ilia Ehrenburg, o príncipe Ali Khan e Marlene Dietrich. Porque ser carioca, mais ainda que ser parisiense, é sentir-se perfeitamente integrado com a sua cidade e o seu meio; é portar roupas como um carioca; é saber das coisas antes que elas sejam ditas; é detestar trabalhar (mas trabalhar); é adorar flanar e bater papo no meio de milhões de compromissos; é acreditar que tudo se arranja (e arranja mesmo); é ser portador não de acidez, mas de certa adstringência como a dos cajus; é gostar de estar sempre chegando e não querer nunca ir embora; é ter ritmo em tudo para tudo; é ter em alta dose o senso do ridículo e da oportunidade; é gostar de gente mesmo falando mal; é gostar de banho de chuveiro; é amar todas as coisas que maldiz; é saber conhecer outro carioca no estrangeiro, só pelo modo de andar e de vestir-se. Isso é ser carioca. E a maior felicidade é que ao carioca foi dado para amar, desamar, exaltar, trair e ser escravo um outro ser cuja graça é indefinível: a mulher carioca."
VINICIUS DE MORAES
Do blog Literatura & Rio de Janeiro.
E Chico Buarque e Noel Rosa confirmam.
“O que é ser carioca? É ter nascido no Rio de Janeiro. Sim, é claro, e também não. Não porque ser carioca é antes de tudo um estado de espírito. Ser carioca é uma definição de personalidade. Charles Chaplin é carioca. A princesa Margaret é carioca, e já o Townsend não é, Marilyn Monroe é dos seres mais cariocas que há na face da terra. Como cariocas são Orson Wells, dois Pablos: Picasso e Neruda, Louis Armstrong, Ilia Ehrenburg, o príncipe Ali Khan e Marlene Dietrich. Porque ser carioca, mais ainda que ser parisiense, é sentir-se perfeitamente integrado com a sua cidade e o seu meio; é portar roupas como um carioca; é saber das coisas antes que elas sejam ditas; é detestar trabalhar (mas trabalhar); é adorar flanar e bater papo no meio de milhões de compromissos; é acreditar que tudo se arranja (e arranja mesmo); é ser portador não de acidez, mas de certa adstringência como a dos cajus; é gostar de estar sempre chegando e não querer nunca ir embora; é ter ritmo em tudo para tudo; é ter em alta dose o senso do ridículo e da oportunidade; é gostar de gente mesmo falando mal; é gostar de banho de chuveiro; é amar todas as coisas que maldiz; é saber conhecer outro carioca no estrangeiro, só pelo modo de andar e de vestir-se. Isso é ser carioca. E a maior felicidade é que ao carioca foi dado para amar, desamar, exaltar, trair e ser escravo um outro ser cuja graça é indefinível: a mulher carioca."
VINICIUS DE MORAES
Do blog Literatura & Rio de Janeiro.
E Chico Buarque e Noel Rosa confirmam.
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