sexta-feira, 29 de maio de 2015
Sambabook de João Nogueira com D2
quinta-feira, 28 de maio de 2015
Mais conexões Atlânticas
quarta-feira, 27 de maio de 2015
Carradas de talento
Agir, de seu nome, filho de uma grande peixe da música portuguesa, Paulo de Carvalho, e sabe nadar muito. Esta interpretação da música "Meu fado meu" popularizado pela Mariza é uma demonstração cabal do seu talento.
Curiosamente, não sabia, este tema é do seu pai que o ofereceu à Mariza. Recomendo que ouçam este tema e esta interpretação com toda a atenção e sem qualquer tipo de preconceito musical. Brilhante.
Curiosamente, não sabia, este tema é do seu pai que o ofereceu à Mariza. Recomendo que ouçam este tema e esta interpretação com toda a atenção e sem qualquer tipo de preconceito musical. Brilhante.
sexta-feira, 22 de maio de 2015
Aos anos que não ouvia isto
Ouvi esta manhã quando vinha para o escritório e é uma música que esteve muito presente numa fase da minha vida. Apesar de haver muitas versões de diversos artistas consagrados de quem gsoto muito, a versão descomplicada, natural e depurada do João Gilberto é a líder destacada. Era uma música muito tocada nos vários bares de música ao vivo que existiam em Lisboa e que apostavam na música brasileira, bossa nova e mpb, nas suas noites mais populares.
Com música e letra do grande Ary Barroso, "Isto aqui, o que é?" é um hino de exaltação ao Brasil, esse Brasil que seduz e que é pleno de encantos.
"Isto aqui, ô ô
É um pouquinho de Brasil iá iá
Deste Brasil que canta e é feliz,
Feliz, feliz,
É também um pouco de uma raça
Que não tem medo de fumaça ai, ai
E não se entrega não
Olha o jeito nas 'cadeira' que ela sabe dar
Olha só o remelexo que ela sabe dar (Repete)
Morena boa, que me faz penar,
Bota a sandália de prata
E vem pro samba sambar"
Isto aqui, o que é? - João Gilberto
Com música e letra do grande Ary Barroso, "Isto aqui, o que é?" é um hino de exaltação ao Brasil, esse Brasil que seduz e que é pleno de encantos.
"Isto aqui, ô ô
É um pouquinho de Brasil iá iá
Deste Brasil que canta e é feliz,
Feliz, feliz,
É também um pouco de uma raça
Que não tem medo de fumaça ai, ai
E não se entrega não
Olha o jeito nas 'cadeira' que ela sabe dar
Olha só o remelexo que ela sabe dar (Repete)
Morena boa, que me faz penar,
Bota a sandália de prata
E vem pro samba sambar"
Isto aqui, o que é? - João Gilberto
quarta-feira, 20 de maio de 2015
Buena Vista Lost and Found
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terça-feira, 19 de maio de 2015
O Rio que encanta por Hugo Gonçalves
Para quem não conhece, o Hugo Gonçalves é um jovem escritor português que tem uma paixão pelo Rio, que, quem me conhece sabe, é um sintoma que também me aflige. Durante uns anos viveu no Rio e foi escrevendo crónicas que demonstram a sua vivência e a sua relação emocional e apaixonada com essa cidade. É uma cidade que não deixa ninguém indiferente, para o bem e para o mal e era isso que o Hugo foi refletindo nas suas crónicas. Lembro-me de uma polémica com o escritor Zuenir Ventura por causa de uma crónica em que o Hugo mostrava alguma desilusão devido a todos os problemas que o o país e o Rio de janeiro têm. A crónica chama-se "O Brasil que dói" e demonstra, acima de tudo, um desalento que só se tem por algo ou por alguém de quem se gosta muito.
O Hugo tem dois novos livros, um novo romance e um e-book com as crónicas que escreveu durante os, quase 4 anos que lá passou.
Para mim, prefiro pensar nas coisas boas incomparáveis e únicas que se sentem naquela cidade tão sedutora, como esta crónica que escolhi demonstra.
E mesmo quando se tem de pensar nas coisas mais negativas que lá passam tem sempre uma forma bela de as encarar, como se pode comprovar com a música "Brasis"
"Miúda da Gávea
Não podias ser mais europeia, e, no entanto, existe na voluptuosidade do teu corpo qualquer coisa de índia tupiniquim
Acordas todas as manhãs com os pássaros tropicais da alvorada. Sais na bicicleta, o cabelo a servir-te de capa, como um super-herói, o teu corpo pairando na beira da Lagoa: os morros, o Cristo, a luz revigorante das horas iniciais, o melhor filtro para quem não gostava de manhãs; a paisagem e o clima compensam, por vezes, a aspereza da cidade, tal como a doçura do vigilante que te ajuda a encontrar uma chave perdida na rua, ou o suco de tangerina todos os sábados ao pequeno almoço, ou aquela tarde em que as pessoas na calçada pararam para que uma mãe mico pudesse resgatar do chão o macaquinho bebé e regressasse ao complexo habitacional de pequenos primatas que são as árvores do teu bairro.
Tens a máscara estilizada dos óculos escuros e a bicicleta é o teu descapotável. Moves-te com a sagacidade dos locais, mas tens pinta de gringa - um jeito de ser, uma suspeita na delicadeza da maquilhagem, na roupa, no sotaque, a pequeníssima argola no nariz e uma destreza sensual nas pistas de dança, com a música eletrônica, que jamais conseguirias numa roda samba - tampouco morres de amores por uma cantiga e um violão.
Moves-te com o à vontade dos felinos autosuficientes, seja entre as senhoras devotas que saem da igreja da praça Nossa Senhora da Paz depois da missa, os negrões que bamboleiam o fio dental nas calçadas da Farme de Amoedo ou os camelôs da Uruguaiana.
No final do dia regressas a casa, ao bairro, à bolha de mato e boa vizinhança que é a Gávea. O calor cintila na tua pele, realça a perfeição delicada da armação dos teus ombros, curvas de fazer inveja aos desenhos de Niemeyer e ao bisturi de Pitangui. Não podias ser mais europeia, e, no entanto, existe na voluptuosidade do teu corpo qualquer coisa de índia tupiniquim - a nudez que ajoelhou marinheiros portugueses no areal com juras de ali mesmo se casarem.
Tens uma t-shirt sexy que diz "Carioca", mas, ainda que conheças a gíria, digas bolinho de bacalhau e te espreguices numa cadeira de praia no point da Barraca do Cris; ainda que conheças as ruas de Ipanema e de Copacabana melhor do que, se calhar, conheces alguns bairros de Lisboa, ainda que adores o pão de queijo do Talho Café, a farofa do Braseiro e os biscoitos Globo; ainda que sejas tu cá tu lá com os taxistas cariocas, gostes da velocidade ao subir o morro na garupa de um mototáxi e tenhas pulado carnaval no bloco "Me beija que sou cineasta"; ainda que, friorenta, te enrosques neste clima quente como o teu cão se aninha no sofá; ainda que tenhas assumido o gerúndio, uses as palavras "meu xodó", e sorrias de amor sempre que escutas a Marisa Monte e o Paulinho da Viola cantarem Carinhoso - a verdade é que perdurará para sempre em ti uma noite na Bica e um mergulho na Praia Grande, uma família em Cascais e os amigos em Lisboa, uma curva na estrada da Serra de Sintra e as escadas que, da Calçada de Santana, se hão de abrir sempre - te garanto, sempre - para a brancura luminosa da nossa praça do Rossio."
O Hugo tem dois novos livros, um novo romance e um e-book com as crónicas que escreveu durante os, quase 4 anos que lá passou.
Para mim, prefiro pensar nas coisas boas incomparáveis e únicas que se sentem naquela cidade tão sedutora, como esta crónica que escolhi demonstra.
E mesmo quando se tem de pensar nas coisas mais negativas que lá passam tem sempre uma forma bela de as encarar, como se pode comprovar com a música "Brasis"
"Miúda da Gávea
Não podias ser mais europeia, e, no entanto, existe na voluptuosidade do teu corpo qualquer coisa de índia tupiniquim
Acordas todas as manhãs com os pássaros tropicais da alvorada. Sais na bicicleta, o cabelo a servir-te de capa, como um super-herói, o teu corpo pairando na beira da Lagoa: os morros, o Cristo, a luz revigorante das horas iniciais, o melhor filtro para quem não gostava de manhãs; a paisagem e o clima compensam, por vezes, a aspereza da cidade, tal como a doçura do vigilante que te ajuda a encontrar uma chave perdida na rua, ou o suco de tangerina todos os sábados ao pequeno almoço, ou aquela tarde em que as pessoas na calçada pararam para que uma mãe mico pudesse resgatar do chão o macaquinho bebé e regressasse ao complexo habitacional de pequenos primatas que são as árvores do teu bairro.
Tens a máscara estilizada dos óculos escuros e a bicicleta é o teu descapotável. Moves-te com a sagacidade dos locais, mas tens pinta de gringa - um jeito de ser, uma suspeita na delicadeza da maquilhagem, na roupa, no sotaque, a pequeníssima argola no nariz e uma destreza sensual nas pistas de dança, com a música eletrônica, que jamais conseguirias numa roda samba - tampouco morres de amores por uma cantiga e um violão.
Moves-te com o à vontade dos felinos autosuficientes, seja entre as senhoras devotas que saem da igreja da praça Nossa Senhora da Paz depois da missa, os negrões que bamboleiam o fio dental nas calçadas da Farme de Amoedo ou os camelôs da Uruguaiana.
No final do dia regressas a casa, ao bairro, à bolha de mato e boa vizinhança que é a Gávea. O calor cintila na tua pele, realça a perfeição delicada da armação dos teus ombros, curvas de fazer inveja aos desenhos de Niemeyer e ao bisturi de Pitangui. Não podias ser mais europeia, e, no entanto, existe na voluptuosidade do teu corpo qualquer coisa de índia tupiniquim - a nudez que ajoelhou marinheiros portugueses no areal com juras de ali mesmo se casarem.
Tens uma t-shirt sexy que diz "Carioca", mas, ainda que conheças a gíria, digas bolinho de bacalhau e te espreguices numa cadeira de praia no point da Barraca do Cris; ainda que conheças as ruas de Ipanema e de Copacabana melhor do que, se calhar, conheces alguns bairros de Lisboa, ainda que adores o pão de queijo do Talho Café, a farofa do Braseiro e os biscoitos Globo; ainda que sejas tu cá tu lá com os taxistas cariocas, gostes da velocidade ao subir o morro na garupa de um mototáxi e tenhas pulado carnaval no bloco "Me beija que sou cineasta"; ainda que, friorenta, te enrosques neste clima quente como o teu cão se aninha no sofá; ainda que tenhas assumido o gerúndio, uses as palavras "meu xodó", e sorrias de amor sempre que escutas a Marisa Monte e o Paulinho da Viola cantarem Carinhoso - a verdade é que perdurará para sempre em ti uma noite na Bica e um mergulho na Praia Grande, uma família em Cascais e os amigos em Lisboa, uma curva na estrada da Serra de Sintra e as escadas que, da Calçada de Santana, se hão de abrir sempre - te garanto, sempre - para a brancura luminosa da nossa praça do Rossio."
Hugo Gonçalves, Visão
"Tem um Brasil que é próspero
Outro não muda
Um Brasil que investe
Outro que suga...
Um de sunga
Outro de gravata
Tem um que faz amor
E tem o outro que mata
Brasil do ouro
Brasil da prata
Brasil do balacochê
Da mulata...
Tem um Brasil que é lindo
Outro que fede
O Brasil que dá
É igualzinho ao que pede...
Pede paz, saúde
Trabalho e dinheiro
Pede pelas crianças
Do país inteiro
Lararará!...
Tem um Brasil que soca
Outro que apanha
Um Brasil que saca
Outro que chuta
Perde, ganha
Sobe, desce
Vai à luta bate bola
Porém não vai à escola...
Brasil de cobre
Brasil de lata
É negro, é branco, é nissei
É verde, é índio peladão
É mameluco, é cafuso
É confusão
É negro, é branco, é nissei
É verde, é índio peladão
É mameluco, é cafuso
É confusão...
Oh pindorama eu quero
Seu porto seguro
Suas palmeiras
Suas feiras, seu café
Suas riquezas
Praias, cachoeiras
Quero ver o seu povo
De cabeça em pé...
Quero ver o seu povo
De cabeça em pé..."
Brasis - Seu Jorge
"Tem um Brasil que é próspero
Outro não muda
Um Brasil que investe
Outro que suga...
Um de sunga
Outro de gravata
Tem um que faz amor
E tem o outro que mata
Brasil do ouro
Brasil da prata
Brasil do balacochê
Da mulata...
Tem um Brasil que é lindo
Outro que fede
O Brasil que dá
É igualzinho ao que pede...
Pede paz, saúde
Trabalho e dinheiro
Pede pelas crianças
Do país inteiro
Lararará!...
Tem um Brasil que soca
Outro que apanha
Um Brasil que saca
Outro que chuta
Perde, ganha
Sobe, desce
Vai à luta bate bola
Porém não vai à escola...
Brasil de cobre
Brasil de lata
É negro, é branco, é nissei
É verde, é índio peladão
É mameluco, é cafuso
É confusão
É negro, é branco, é nissei
É verde, é índio peladão
É mameluco, é cafuso
É confusão...
Oh pindorama eu quero
Seu porto seguro
Suas palmeiras
Suas feiras, seu café
Suas riquezas
Praias, cachoeiras
Quero ver o seu povo
De cabeça em pé...
Quero ver o seu povo
De cabeça em pé..."
Brasis - Seu Jorge
segunda-feira, 18 de maio de 2015
"Sou do Benfica e isso me envaidece"
No ano, talvez, mais improvável conquistou-se o bicampeonato, feito que já não se alcançava à 31 anos. Honra seja feita ao presidente que, contra tudo e contra todos, incluindo muitas pressões internas, manteve a visão e a aposta nos pilares que permitiram esta conquista. Nem tudo correu bem neste 6 anos mas, neste momento, isso não interessa nada.
É impressionate ver comemorações em todos os continentes e ver inúmeros antigos jogadores a comemorar este título como se ainda jogassem no Benfica. Acredito que são poucos os clubes no mundo que conseguem este nível de mobilização e paixão.
O Bicampeão voltou!
sexta-feira, 15 de maio de 2015
The King and the thrill is gone
Há pessoas que deveriam ser eternas. O B. B. King nunca foi o meu preferido no mundo dos blues mas reconheço que o título que lhe conferiram era inteiramente legítimo, apropriado e merecido. Apagou-se mais uma luz e desta vez foi a luz de um gigante da música mundial.
quinta-feira, 14 de maio de 2015
Neste mood
A Sharon Van Etten é americana de New Jersey, é cantora e compositora, já vai no quarto disco mas foi o último chamado "Are we there" que me apresentou esta cantora e compositora.
Já esteve cá em Portugal, lembro-me, pelo menos, da última edição do Mexefest.
A música "Afraid or nothing" é a música de abertura deste álbum e marca bem o nível qualitativo do resto do disco.
Já esteve cá em Portugal, lembro-me, pelo menos, da última edição do Mexefest.
A música "Afraid or nothing" é a música de abertura deste álbum e marca bem o nível qualitativo do resto do disco.
sábado, 9 de maio de 2015
Lembrei-me desta a caminho de casa
Honra aos Los Hermanos de quem é a versão original e a Marcelo Camelo, autor da música.
"Veja bem, meu bem
Sinto te informar que arranjei alguém
Pra me confortar
Este alguém está quando você sai
E eu só posso crer, pois sem ter você
Nestes braços tais
Veja bem, amor
Onde está você?
Somos no papel, mas não no viver
Viajar sem mim, me deixar assim
Tive que arranjar alguém pra passar os dias ruins
Enquanto isso, navegando vou sem paz
Sem ter um porto, quase morto, sem um cais
E eu nunca vou te esquecer, amor
Mas a solidão deixa o coração neste leva e traz
Veja bem além destes fatos vis
Saiba, traições são bem mais sutis
Se eu te troquei não foi por maldade
Amor, veja bem, arranjei alguém
Chamado "saudade""
Veja bem meu bem - Los Hermanos
sexta-feira, 8 de maio de 2015
Este poema é simplesmente maravilhoso
Há umas semanas atrás tivemos a oportunidade e o prazer de assistir a um concerto / conversa muito descontraído do Miguel Araújo e do António Zambujo.
Para mim são os dois talentos maiores da música portuguesa da atualidade, o Zambujo pela capacidade de criar um estilo próprio e único que conseguiu retirar o fado das correntes da tradição de uma forma absolutamente marcante e percursora. Já muitos tinham tentado mas, na minha modesta opinião, só ele o conseguiu em toda a plenitude. E o resultado está aí, digressões por todo o mundo e o povo mais musical do mundo, o brasileiro, totalmente rendido e apaixonado a este talento cá da terrinha.
O Miguel Araújo não tem esta dimensão, nem sei se algum dia vai ter e, por vezes parece que não é isso que o move. No entanto é um compositor e um letrista talentoso e, se me o enorme Carlos Alberto Gomes Monteiro me permitir, o digno sucessor do galático Carlos Tê. O Zambujo disse-o nesse encontro que o Miguel era um fazedor de sucessos e, eu que nunca tinho visto as coisas por esse prisma, dei-lhe logo toda a razão. Como ele já disse, são cantigas simples que contam pequenas estórias mas a simplicidade é tão difícil e torna-se tão apaixonante nas suas palavras.
São de sua autoria os temas "Reader's Digest" e "Pica do sete" que o Zambujo gravou em dois dos seus álbuns e este maravilhoso poema que compôs para a Ana Moura, chamado "E tu gostavas de mim". Uma verdadeira delícia.
"Aviões no céu a mil
Banda larga em arganil
Argonautas, foguetões
Fogos factuos e neutrões
Nitro super combustão
Consta em santa comba dão
Dão-se destas situações
Milagres, aparições
Dava-se outro caso assim
E tu gostavas de mim
Pode um rebento em belém
Ser filho mas só da mãe
Multiplicação do pão
O boavista campeão
Automóveis sem motor
Motociclos a vapor
Se não tem divina mão
E acontece tudo em vão
Dava-se outro acaso assim
E tu gostavas de mim
Lei e ordem no brasil
Ciberespaço em contumil
Cães em naves espaciais
Microchips em cães normais
Microsondas em plutão
Dentro da televisão
Situações paranormais
Para nós mais que banais
Não era pedir de mais
E tu gostavas de mim"
E tu gostavas de mim - Miguel Araújo
Para mim são os dois talentos maiores da música portuguesa da atualidade, o Zambujo pela capacidade de criar um estilo próprio e único que conseguiu retirar o fado das correntes da tradição de uma forma absolutamente marcante e percursora. Já muitos tinham tentado mas, na minha modesta opinião, só ele o conseguiu em toda a plenitude. E o resultado está aí, digressões por todo o mundo e o povo mais musical do mundo, o brasileiro, totalmente rendido e apaixonado a este talento cá da terrinha.
O Miguel Araújo não tem esta dimensão, nem sei se algum dia vai ter e, por vezes parece que não é isso que o move. No entanto é um compositor e um letrista talentoso e, se me o enorme Carlos Alberto Gomes Monteiro me permitir, o digno sucessor do galático Carlos Tê. O Zambujo disse-o nesse encontro que o Miguel era um fazedor de sucessos e, eu que nunca tinho visto as coisas por esse prisma, dei-lhe logo toda a razão. Como ele já disse, são cantigas simples que contam pequenas estórias mas a simplicidade é tão difícil e torna-se tão apaixonante nas suas palavras.
São de sua autoria os temas "Reader's Digest" e "Pica do sete" que o Zambujo gravou em dois dos seus álbuns e este maravilhoso poema que compôs para a Ana Moura, chamado "E tu gostavas de mim". Uma verdadeira delícia.
"Aviões no céu a mil
Banda larga em arganil
Argonautas, foguetões
Fogos factuos e neutrões
Nitro super combustão
Consta em santa comba dão
Dão-se destas situações
Milagres, aparições
Dava-se outro caso assim
E tu gostavas de mim
Pode um rebento em belém
Ser filho mas só da mãe
Multiplicação do pão
O boavista campeão
Automóveis sem motor
Motociclos a vapor
Se não tem divina mão
E acontece tudo em vão
Dava-se outro acaso assim
E tu gostavas de mim
Lei e ordem no brasil
Ciberespaço em contumil
Cães em naves espaciais
Microchips em cães normais
Microsondas em plutão
Dentro da televisão
Situações paranormais
Para nós mais que banais
Não era pedir de mais
E tu gostavas de mim"
E tu gostavas de mim - Miguel Araújo
Descoberta do dia
Mais um talento lançado no outro lado do Atlântico. É cantor, guitarrista e compositor e foi considerado pelo jornal Globo uma promessa de 2015. Tem um percurso, no mínimo, peculiar, pois foi criado nos mosteiros da Ordem da Graça e Misericórdia, onde viveu 13 anos com a mãe, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Uruguai. Soube da sua existência pois vai estar esta semana em Portugal para realizar 3 concertos, Espinho, Coimbra e Lisboa.
Chama-se Castello Branco, tem 28 anos, mora na cidade maravilhosa, o seu álbum de estreia (acho que é de 2013) chama-se "Serviço" e faz a sua estreia fora do Brasil nesta mini turnée por Portugal.
A música "Crer-sendo" é um dos destaques deste disco.
Chama-se Castello Branco, tem 28 anos, mora na cidade maravilhosa, o seu álbum de estreia (acho que é de 2013) chama-se "Serviço" e faz a sua estreia fora do Brasil nesta mini turnée por Portugal.
A música "Crer-sendo" é um dos destaques deste disco.
quinta-feira, 7 de maio de 2015
A Márcia está de volta
Gosto desta miúda, é talentosa tem um estilo contemporâneo e é portuguesa, por isso tudo o que traga qualidade à música e à cultura desta terrinha é muito gratificante para quem gosta tanto de música, como é o meu caso.
A faixa que já anda a tocar chama-se "Insatisfação" e disco, de nome "Quarto crescente", chega lá para Junho. O disco é produzido pelo músico e produtor brasileiro e carioca (criado em Ipanema) Dadi.
Dadi acompanhou vários nomes conceituados ao longo da sua já longa carreira, tais como Caetano Veloso, Jorge Ben Jor e Marisa Monte e teve uma importante participação no projeto Tribalistas onde tocou vários instrumentos.
A faixa que já anda a tocar chama-se "Insatisfação" e disco, de nome "Quarto crescente", chega lá para Junho. O disco é produzido pelo músico e produtor brasileiro e carioca (criado em Ipanema) Dadi.
Dadi acompanhou vários nomes conceituados ao longo da sua já longa carreira, tais como Caetano Veloso, Jorge Ben Jor e Marisa Monte e teve uma importante participação no projeto Tribalistas onde tocou vários instrumentos.
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quarta-feira, 6 de maio de 2015
Simplesmente maravilhoso
Primeira música da manhã, enviada pela C. e totalmente adequada às primeiras horas do dia de hoje. Jamie Cullum, que eu tanto adoro e "Pure Imagination". Adoro-te
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