quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Olha que outros dois

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Para mim são dois dos mais talentosos exemplos da música portuguesa contemporânea e são também uma clara demonstração de que um mais um pode ser muito mais do que dois.
Quando se juntam algo de estranho acontece, Miguel Araújo e António Zambujo.



"Em dia de romaria
Desfila o meu vilarejo
Ainda o galo canta o dia
Já vai na rua o cortejo

O meu pai já está de saída
Vai juntar-se aquele povo
Tem velhas contas com a vida
A saldar com vinho novo

Por mais duro o serviço
Que a terra peça da gente
Eu não sei por que feitiço
Temos sempre novo alento

A minha mãe, acompanhada
De promessas por pagar
Vai voltar de alma lavada
E joelhos a sangrar

A minha irmã quis ir sozinha
Saiu mais cedo de casa
Vai voltar de manhãzinha
Com o coração em brasa

Por mais duro o serviço
Que a terra peça da gente
Eu não sei por que feitiço
Temos sempre novo alento

A noite desce o seu pano
No alto deste valado
O sagrado e o profano
Vão dançando lado a lado

Não sou de grandes folias
Não encontrei alma gémea
Há-de haver mais romarias
Das festas de santa de eufémia"
Romaria das Festas de Sta. Eufémia - Miguel Araújo e António Zambujo

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