sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Mais uma do Carlos Tê

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O Carlos Tê é um dos grande génios da música portuguesa, os seus poemas são sempre de simplicidade desconcertante de tão inteligente e suprema que é. Álguém disse que a simplicidade é o último degrau da sabedoria e quando o referiu deveria estar a pensar no Carlos Tê. Muitos dos seus poemas acompanharam a vida de toda uma geração e que gostava minimamente da música do Rui Veloso. Essa geração, na qual me incluo, tem pelo menos uma referência na sua vida onde consegue juntar uma memória a uma música escrita pelo Tê.
Por isso o Tê vai ser eterno, pois conseguiu ultrapassar a frontreira do universo da música e foi capaz de ganhar um lugar, naturalmente, merecido no universo das emoções, dos sentimentos e das memórias.
Esta semana ouvi pela primeira vez um tema do disco novo da Ana Moura e tive pena de saber logo à partida que esse tema tinha letra do Carlos Tê, fustrou-se, desde logo, a curiosidade de saber se eu teria a sensibilidade e a argúcia suficientes para adivinhar que aquele poema tinha Carlos Tê em todas as letras e palavras. A verdade é que tem e, só por isso, já agrega um valor acrescido à música mas també há que reconhecer que, quer a melodia, quer a interpretação, estão ao mesmo nível e transformam o conjunto em algo muito superior do que a simples soma dos três fatores.
Para quem gosta de Tê, diga lá se isto não é Tê em todo o seu esplendor:
"Anda perdido no meio das caboclas
Mulheres que não sabem o que é pecado
Os santos delas são mais fortes do que os meus
E fazem orelhas moucas no peditório dos céus
Já deve estar por lá amarrado
Num rosário de búzios que o deixou enfeitiçado"
O meu amor foi para o Brasil - Ana Moura

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