sexta-feira, 9 de maio de 2014

A volta da Adriana

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Descobri a Adriana Calcanhoto perto do seu início de carreira pois numas férias conheci um casal brasileiro que me falou dela e nesse inverno de 1997, acho eu, os seus discos tocaram como se não houvesse amanhã e, como logo no ano seguionte saiu o seu quarto disco, "Marítimo" (grande disco), a obssessão continuou em pleno. Como em quase tudo a paixão desvaneceu-se até porque os últimos discos dela não trouxeram nada de novo e a partir do álbum "Maré" deixei de acompanhar de perto o seu trabalho.
No entanto, há uns tempos num concerto de meu grande amigo manuel Lourenço, voltei a ouvir uma música que, curiosamente, é desse álbum "Maré"e que talvez devido ao meu desinteresse assumido ou talvez também porque disco já não é tão consistente como os anteriores, para mim, essa música ficou esquecida no meio das outras mas voltando a ouvi-la senti que é uma das m´sicas mais fortes da Adriana, em todo o seu trabalho. O poema é fortíssimo e o ritmo fatal de uma espécie de tango tornam a combinação marcante.
Curiosamente, acabou de sair um disco novo exatamente nesta altura, é um disco ao vivo e que tem a música de que falo.



"Um
Foi grande o meu amor
Não sei o que me deu
Quem inventou fui eu
Fiz de você o Sol
Da noite primordial
E o mundo fora nós
Se resumia a tédio e pó
Quando em você tudo se complicou

Dois
Se você quer amar
Não basta um só amor
Não sei como explicar
Um só sempre é demais
Pra seres como nós
Sujeitos a jogar
As fichas todas de uma vez
Sem temer, naufragar

Não há lugar pra lamúrias
Essas não caem bem
Não há lugar pra calunias
Mas por que não
Nos reinventar

Três
Eu quero tudo que há
O mundo e seu amor
Não quero ter que optar
Quero poder partir
Quero poder ficar
Poder fantasiar
Sem nexo e em qualquer lugar
Com seu sexo junto ao mar.."
Três - Adriana Calcanhoto

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