domingo, 26 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A música segundo Tom Jobim

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Tivemos oportunidade de ir ver este documentário que estreou no Rio no momento que lá estávamos mas acabámos, por umna razão ou outra, por não ir. Isso faz com que agora tenha imensa vontade que o filme chegue aqui ou passe para dvd para podermo-nos deleitar a ver mais um retrato, com certeza, maravilhoso de uma época incrível e que influenciou de tal forma a cultura carioca ao ponto de um carioca genuíno da zona sul ser como é por causa desse turbilhão tranquilo que abalou a cultura e a sociedade brasileira com "o amor, o sorriso e a flor".
O Tom Jobim sempre foi para mim o embaixador e representante máximo dessa "onda que se ergueu no mar". Muito mais que todos os outros mas por nenhuma razão aparente a não ser a sua maior visibilidade e destaque no momento em que comecei a prestar atenção a este tipo de música e só lamento não ter tido oportunidade de o ver ao vivo.
Lembro-me de um programa de televisão gravado entre o Rio e Nova Iorque em que ele cantava, entre depoimentos, algumas das suas músicas mais conhecidas acompanhado por grandes vozes femininas da música brasileira. E isso só me fez admirá-lo ainda mais e fazer com que me emocionasse muito com a sua morte, chegando ao ponto de ir ver um espetáculo de homenagem, nessa noite, de um quarteto de jazz no Hotclub.
Existe já um documentário, realizado pela sua última mulher, que se chama "A casa do Tom" e que é muito bom pois é construído à volta de um dos seus mais queridos projectos, que foi a sua casa no Rio, em pleno suvaco do Cristo, como ele dizia. Agora estou ansioso por esse mas enquanto não chega aqui vai uma linda homenagem atrvés de mais uma crónica maravilhosa do extraordinário Arnaldo Jabor.
"A música segundo Tom Jobim
Fui ver o ótimo filme do Nelson Pereira dos Santos e Dora Jobim e me lembrei da frase do Nelson Rodrigues: "Nada mais antigo que o passado recente". Perfeito; dá para ver a espantosa mudança da vida social e cultural dos últimos 20 anos. As canções, as plateias, os olhos e ouvidos ligados nos shows, o desejo de transmitir a beleza de uma reflexão sobre nossas emoções, um ritmo de vida celebrando a inocência e a delicadeza, o tema do amor sempre presente, a qualidade das letras e sonoridade (Águas de Março é um grande poema sobre o devir), em suma, tudo que não é manipulação, barulheira fácil e boçal, nessa proliferação de irrelevâncias que pululam nas redes. Tudo bem, pode ser que estejamos no caos inicial, na infância de um novo e rico tempo cultural, como preveem os garimpeiros de ouro na bosta, mas, por enquanto, acho tudo um lixo.


O filme é a emocionante montagem de grandes momentos de nossa música como um discurso sem palavras. Saí do cinema como de um spa mental, no meio da poluição sonora e visual de São Paulo. Um filme terapêutico.

O documentário de Nelson e Dora me tocou muito. Sempre preferi ver fotos amareladas, filmes precários, antigos, que nos dão a sensação de nebulosas vidas mortas. As personagens do preto e branco, do trêmulo filme mudo, nos consolam com sua vetustez. Suas mortes são mais suportáveis porque pensamos: "Ah... naquele tempo se morria; hoje não". No filme moderno, o passado recente, em cores, nos mobiliza porque vira um presente implacável, embora impalpável. Vemos a alegria de festas sem som, sorrisos mudos, a juventude perdida dos rostos, as gargalhadas que não ecoam em lugar nenhum, as mulheres tão moças e lindas (e não nos dávamos conta disso) e nós mesmos, nossa saúde, nossos humores, tudo visível. Também vemos os indícios de erros que nos levarão ao fim - o corpo maltratado, a melancolia evitável, o riso amarelo, eu, você, nós todos no passado perdendo tempo, desvalorizando o que tínhamos. Mais emocionante que a tristeza de um passado é sua alegria perdida.

Lembrei-me que num dia feliz, sentado ao piano, Tom tocou para mim uma música nova - era Chansong, a obra-prima com a letra anglo-francesa: "I've never been in Paris for the summer, I never drank a scotch with this bouquet". Fui das primeiras pessoas a ouvir a música - tenho esse orgulho. Sempre que a ouço, vejo-me com ele, curvado, cantando com voz arfante, como se contasse um segredo.

Henri Bergson, o filósofo, declarou, quando viu os filmes de Lumière: "O cinema é importante para vermos como se moviam os antigos". Isso.

Sempre me emociono com esse milagre do cinema, em que as pessoas ressuscitam na tela e ficam ali, falando, como se nada tivesse acontecido. Isso me dói porque um dia serei também protagonista de um flashback de mim mesmo. Assusto-me se estou num bar e, de repente, minha saudosa comadre Nara Leão começa a cantar baixinho ali ao meu lado, como aliás canta no filme, nos lembrando de sua imensa importância.

Já sentira isso na obra-prima do Miguel Faria Jr., Vinicius, quando escrevi: "O tempo era outro, e me refiro a tempo como ritmo, timing. Movíamo-nos de outro modo, em paisagens claras, com perspectiva, distâncias nítidas, andávamos pela praia até o Leblon".

O mundo estava em foco e não era esse sumidouro de hoje. Esses filmes mostram um passado que poderia ser nosso presente. Ipanema era uma ilha de felicidade num país injusto, foi um momento raro em que o desejo e o projeto se encontraram, na praia, no bar, nas ruas com amendoeiras, nos amores mais livres, na música e literatura, antes da massificação.

O tempo se acelerou brutalmente nos últimos dez anos. Os filósofos vivem berrando: "Não temos mais tempo, porque as coisas fetichizaram o tempo!"

A cada dia, os blackberries, os iPads, os iPhones aumentam de potência, e o tempo vai se comprimindo. Até onde? Esta correria seria ótima se fôssemos chegar a alguma coisa, a uma estação Finlândia, a um terminal qualquer; mas, aonde chegaremos? No início do século 20, louvamos a velocidade crescente, revolucionária na arte moderna, a beleza do futuro, mas agora está chegando a hora de buscarmos a lentidão, a paz, o silêncio, como fazem as comunidades de "slow movement". Aliás, o filme nos lembra que ainda havia silêncio. Outro dia, me falou uma "pianista" de twitters e facebook: "Hoje não há mais tédio - temos telinhas o tempo todo diante dos olhos". Talvez, mas, sem vazio não há pensamento.

Agora, não temos condição de criticar e controlar mais nada, nem pela poesia, paródia, nem por nada. As coisas estão in charge, no comando da vida. Que diria Tom sobre isso? Bem, em conversas, nas suas falas sobre a natureza e em seus gestos já dava para ver a melancolia disfarçada de ceticismo sábio, víamos que ele já sabia que a barra ia pesar ali em Ipanema e em toda parte.

Talvez ele dissesse: "Você sabe, não é Jabor, você que é um árabe, um beduíno sem deserto, você sabe que a música existe no tempo. Se acelerar muito, a música vai junto, mas, depois de certo ponto, a arte perde o fôlego... Nós estamos querendo acabar com o Tempo".

Isso me remete a um filme antigo, cult, o Planeta Proibido, de Fred Wilcox, com George Sanders e Anne Francis, um planeta vazio onde todas as informações de um mundo morto estavam guardadas num imenso subterrâneo, uma gigantesca máquina, um super-Google. Toda a vida do planeta, tudo que se descobriu e construiu estava ali, arquivado para a eternidade. Só não havia mais vida em volta - a raça tecnológica dos Krells tinha sido extinta.

Mas Tom não ia prestar atenção neste papo cabeça. Ele gostava de ver o que era vivo ainda. Ele diria: "Deixa pra lá... Olha... lá no alto, os urubus caçadores estão dormindo na perna do vento..."
Arnaldo Jabor - Estado de S. Paulo, 24/01/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Está quase!!!

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Canta nação mangueirense!!!

É Surdo UM!!

Mais uma coisa que gostava que tivesse sido eu a escrever

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"E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz."
Fernando Pessoa

Para ti, que sem fazeres nada que não seja seres tu própria, me tornas uma pessoa melhor todos os dias.

"Essa estonteante maravilha
essa pessoa rara
pode estar diante de nossa cara
ou estar então milhas e milhas
como se fosse ilha, distante, difícil de atingi-la

ah, como somos cegos e insensíveis
por descrença, indiferença tão visíveis
que chegamos mesmo a ignorar, tão meigo olhar

dessa estonteante maravilha
essa pessoa rara
que está bem diante de nossa cara
luz intensa que brilha que brilha,
feito farol de milha
que venceu o breu que envolvia
que venceu o breu que resistia
e que eu, só eu, é que não via."
Pessoa rara - Ivan Lins

"Vieste na hora exata
Com ares de festa e luas de prata
Vieste com encantos, vieste
Com beijos silvestres colhidos prá mim
Vieste com a natureza
Com as mãos camponesas plantadas em mim

Vieste com a cara e a coragem
Com malas, viagens, prá dentro de mim
Meu amor
Vieste a hora e a tempo
Soltando meus barcos e velas ao vento

Vieste me dando alento
Me olhando por dentro, velando por mim
Vieste de olhos fechados num dia marcado
Sagrado pra mim
Vieste com a cara e a coragem
Com malas, viagens, pra dentro de mim"
Vieste - Ivan Lins

"You're the very beginning of a beautiful morning and all those things worth living for."

Nunca esta música fez tanto sentido, em todos os sentidos

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E cada dia é mais verdade.
"Eu me viro do avesso só pra te abraçar..."
"Moça me espere amanhã
Levo o meu coração pronto pra te entregar
Moça
... Moça eu te prometo
Eu me viro do avesso só pra te abraçar
Moça
Sei que já não és pura
Teu passado é tão forte
Pode até machucar
Moça
Dobre as mangas do tempo
Jogue o teu sentimento todo em minhas mãos
Eu quero me enrolar nos teus cabelos
Abraçar teu corpo inteiro
Morrer de amor
De amor me perder
Eu quero me enrolar nos teus cabelos
Abraçar teu corpo inteiro
Morrer de amor
De amor me perder
Moça
Sei que já não és pura
Teu passado é tão forte
Pode até machucar
Moça
Dobre as mangas do tempo
Jogue o teu sentimento todo em minhas mãos
Eu quero me enrolar nos teus cabelos
Abraçar teu corpo inteiro
Morrer de amor
De amor me perder
Eu quero me enrolar nos teus cabelos
Abraçar teu corpo inteiro
Morrer de amor
De amor me perder"
Moça - Caetano Veloso

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Chega de saudade

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A Saudade só tem um efeito suportavelmente positivo quando temos plena consciência de que ela acabará depressamais propriamente daqui a pouco.

Sweet love - Ghinzu

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Momento beijo na boca!

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Tô morrendo de saudade, gata! Pois...
"Você
É mais do que sei
É mais que pensei
É mais que esperava, baby"

"De repente a dor
De esperar terminou
E o amor veio enfim
Eu que sempre sonhei
Mas não acreditei
Muito em mim

Vi o tempo passar
O inverno chegar
Outra vez mas desta vez
Todo pranto sumiu
Um encanto surgiu
Meu amor

Você
É mais do que sei
É mais que pensei
É mais que esperava, baby

Você
É algo assim
É tudo pra mim
É como eu sonhava, baby

Sou feliz agora
Não não vá embora não
Não não não não não

Não não vá embora
Não não vá embora
Não não vá embora
Não não vá embora
Vou morrer de saudade
Vou morrer de saudade
Vou morrer de saudade
Não vá embora
Não vá embora
Não vá embora
Vou morrer de saudade
Vou morrer de saudade
Não vá embora
Não vá, não vá
Vou morrer de saudade
Vou morrer de saudade"
Você - Tim Maia, versão Monobloco

"Não sei porque você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar...

Você marcou em minha vida
Viveu, morreu
Na minha história
Chego a ter medo do futuro
E da solidão
Que em minha porta bate...

E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...

Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho vejo este passado
E na parede do meu quarto
Ainda está o seu retrato
Não quero ver pra não lembrar
Pensei até em me mudar
Lugar qualquer que não exista
O pensamento em você...

E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...

Não sei porque você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar...

Você marcou em minha vida
Viveu, morreu
Na minha história
Chego a ter medo do futuro
E da solidão
Que em minha porta bate...

E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...

Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho vejo este passado
E na parede do meu quarto
Ainda está o seu retrato
Não quero ver pra não lembrar"
Gostava tanto de você - Tim Maia, versão Monobloco

Rio Sentido

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A C. adorou, nós amámos mesmo com a primeira vez em que senti frio na minha segunda casa. Acredito piamente que se irá tornar na nossa segunda casa num desejo permanente de direcção "Sentido Rio".
Foram jornadas entusiasmantes e inspiradoras que comçou logo em S. Francisco, Niterói, passou pela despedida de Rita Lee ao Rio na sua estreia no Circo Voador numa noite memorável na Lapa. O calçadão foi nosso muitas vezes e incluiu, regularmente, a praia de Copacabana, o Arpoador deu as boas vindas à C. da forma mais carinhosa possível, o Morro Dois Irmão e o Leblon foram um anfitriões perfeitos, sempre presentes e tiveram ciúmes da tímida Ipanema, Búzios recebeu-nos com um abraço quente, Paraty encarou-nos timidamente e o Mirante do Leblon e o Morro do Vidigal choraram na despedida e não conseguiram esconder um sentido e latente desejo que seja um "Até breve".

Momentos da trilha sonora

"Eu Vou ficar
No meio do povo
Espiando
Minha escola perdendo ou ganhando
Mais um carnaval
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final

Quando eu não puder pisar mais na avenida
Quando as minhas pernas não puderem aguentar
Levar meu corpo, junto com meu samba
O meu anel de bamba, entrego a quem mereça usar

E quando eu não puder pisar mais na avenida
Quando as minhas pernas não puderem aguentar
Levar meu corpo, junto com meu samba
O meu anel de bamba, entrego a quem mereça usar

Eu Vou ficar
No meio do povo, espiando
Minha escola perdendo ou ganhando
Mais um carnaval
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final

Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final

Não deixa o samba morrer
Não deixa o samba acabar
O morro foi feito de samba
De samba para gente sambar

Não deixa o samba morrer
Não deixa o samba acabar
O morro foi feito de samba
De samba para gente sambar

Quando eu não puder pisar mais na avenida
Quando as minhas pernas não puderem aguentar
Levar meu corpo, junto com meu samba
O meu anel de bamba, entrego a quem mereça usar

Eu Vou ficar
No meio do povo
Espiando
A Mangueira perdendo ou ganhando
Mais um carnaval
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final

Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final

Não deixa o samba morrer
Não deixa o samba acabar
O morro foi feito de samba
De samba para gente sambar

Não deixa o samba morrer
Não deixa o samba acabar
O morro foi feito de samba
De samba para gente sambar"
Não deixe o samba morrer - Alcione e Beth Carvalho



"É isso aí
Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa
Quase sempre

É isso aí
Os passos vão pelas ruas
Ninguém reparou na lua
A vida sempre continua

Eu não sei parar de te olhar
Eu não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Eu não sei parar
De te olhar

É isso aí
Há quem acredite em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade

É isso aí
Um vendedor de flores
Ensinar seus filhos a escolher seus amores

Eu não sei parar de te olhar
Não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Eu não vou parar...de te olhar
Eu não sei parar...de te olhar"
É isso aí - Seu Jorge e Ana Carolina



"Meu bem você me dá água na boca
Vestindo fantasias, tirando a roupa
Molhada de suor
De tanto a gente se beijar
De tanto imaginar loucuras...

A gente faz amor por telepatia
No chão, no mar, na lua, na melodia
Mania de você
de tanto a gente se beijar
de tanto imaginar loucuras

Nada melhor do que não fazer nada
Só pra deitar e rolar com você"
Mania de você - Rita Lee


"Quem espera que a vida
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou morrer na solidão
É preciso ter cuidado
Pra mais tarde não sofrer
É preciso saber viver

Toda pedra do caminho
Você pode retirar
Numa flor que tem espinhos
Você pode se arranhar
Se o bem e o mal existem
Você pode escolher
É preciso saber viver

É preciso saber viver
É preciso saber viver
É preciso saber viver
Saber viver"
É preciso saber viver - Titãs


"Pára e repara
Olha como ela samba
Olha como ela brilha
Olha que maravilha

Essa criola tem o olho azul
Essa lourinha tem cabelo bombril
Aquela índia tem sotaque do Sul
Essa mulata é da cor do Brasil

A cozinheira tá falando alemão
A princesinha tá falando no pé
A italiana cozinhando o feijão
A americana se encantou com Pelé

Häagen-dazs de mangaba
Chateau canela-preta
Cachaça made in Carmo dando a volta no planeta
Caboclo presidente
Trazendo a solução
Livro pra comida, prato pra educação"
Lourinha bombril - Paralamas do Sucesso