quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Abraçaço

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Está a chegar o novo álbum do Caetano. Sem grande alarde e com pouca divulgação comercial, a maioria dos meios soube porque ele decidiu divulgar a capa do disco na sua conta de Instagram. Segundo a Rolling Stone do Brasil, "O curioso nome do álbum foi justificado pelo músico como algo “bonito de ver”, como se a digitação estivesse errada, e ele também gosta da terminação “aço” para dar o sentido aumentativo às palavras. Então, o nome do disco seria algo como "abração". Ao todo são 11 faixas, que devem encerrar a trilogia em parceria de Caê com Pedro Sá (guitarra), Marcelo Callado (bateria) e Ricardo Dias Gomes (baixo), dois últimos da banda neo-tropicalista Do Amor. Foi ao lado deles, sob o nome de Cê, que Caetano lançou seus dois outros discos de estúdio.Cê, de 2006, e Zii e Zie. (...) A produção do disco ficou a cargo do próprio filho do cantor, o também músico Moreno Veloso, do guitarrista da Cê, Pedro Sá." Lista de músicas de Abraçaço: 1 - A Bossa Nova É Foda 2 - Um Abraçaço 3 - Estou Triste 4 - Império Da Lei 5 - Quero Ser Justo 6 - Um Comunista 7 - Funk Melódico 8 - Vinco 9 - Quando O Galo Cantou 10 - Parabéns 11 - Gayana

terça-feira, 27 de novembro de 2012

É oficial!

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Lá em casa e, apesar do atraso com que estamos não só ao ritmo do Brasil, onde a novela já acabou, mas também ao de cá (estamos atrasados praí uns 40 episódios mas nada que não se recupere rapidinho num fim de semana chuvoso), estamos viciados na novela "Avenida Brasil"!

Mas estamos muito bem acompanhados pelo que dá para ver nessa crónica do brilhante Arnaldo Jabor:

'AVENIDA BRASIL' ACABOU...

"Que saudades vou ter do Leleco, do Tufão, das peruas do subúrbio, gritadeiras e barraqueiras, que saudades da dupla de atrizes geniais apaixonadas pelo ódio, Carminha e Rita (não esqueço dos rugidos de fera de Adriana Esteves, desde o dia em que ela ‘comeu’ literalmente o Tufão pela primeira vez, como se fosse um bicho devorando-o com a boca), da Ivana, da grande Zezé e
 Janaina e principalmente do Max, o nosso Maxwell, o famoso malandro-agulha, finalmente retratado na TV ('malandro-agulha', sabe-o Joaquim F. dos Santos, é aquele que "toma no buraco, mas não perde a linha...").

Essa novela é um buraco novo na teledramaturgia. Partiram para fazer uma novela ‘para’ a classe C e tudo acabou virando uma novela da classe C para o País todo. Não é uma trama feita ‘para’ o subúrbio; é o subúrbio e seus personagens que fizeram a novela, criando uma espécie de realismo crítico em que os heróis não são mais comandados pela ideologia dos autores, como objetos de um folhetim ‘social’, como fazia a velha ‘arte engajada’. A chamada arte social de filmes e livros tratava de excluídos ou de suburbanos como um conceito geral e sua intenção era ‘conscientizá-los’ sobre sua ‘alienação’, como os autores decidiam. Aqui, não. O subúrbio finalmente apareceu na TV, sem folclore e sem ideologias. Eu fui criado no Rocha, na antiga rua Guimarães, atual Alm. Ary Parreiras e sei do que falo. Claro que não é só aquela ilha de solidariedade que a novela mostra, mas tem, sim, um clima brasileiro vivo, uma doçura na precariedade de seus moradores que não há na zona sul. Aqui, os heróis são sujeitos da ação. E o resultado foi incrível, porque descobrimos maravilhados que o universo C é muito mais rico em revelações de comportamento sobre a vida brasileira do que a mortiça ZS, sem vizinhos, sem fofocas. Nelson Rodrigues dizia que "a novela mata nossa fome por mentiras", mas essa novela matou nossa fome de verdades.

Avenida Brasil parte do melodrama, claro. Ou melhor, de uma rede de melodramas interligados como uma grande paródia do próprio melodrama, uma paródia dessa tradição desprezada, mas tão rica na história do teatro. Ao final do século 19, as novas propostas estéticas que surgiam, entre elas o naturalismo, acabaram negando muitas das formas superutilizadas do melodrama, que foram consideradas antinaturais. Isso disseminou um valor negativo a tudo que fosse considerado melodramático, que se tornou sinônimo de interpretações e enredos exagerados, antinaturais. Aliás, a música comentário que sublinha dramaticamente a ação, muito usada nos melodramas, foi muito bem utilizada nessa novela, indo de momentos bregas a homenagens a Bernard Herman e até a acordes minimalistas.

Em geral, as novelas têm um núcleo principal cercado de coadjuvantes por todo lado; essa, não. Todos são importantes, todos têm uma psicologia original compondo um vasto painel de personalidades; não há tipos – todos são personagens. Por exemplo, o Adauto, que começou como um bobão lateral, acabou crescendo para um cara com ecos até ‘shakespearianos’ do bufão ou do louco que comenta a ação dos principais, assim como as empregadas também cumprem o papel de ironizar o que vai acontecendo na trama central.

Outra coisa legal no Avenida Brasil é que a narrativa, o 'raconto', não é pré-fabricada desde o início. Deu-me a impressão de que os acontecimentos dramáticos iam puxando outros, como se João Emanuel gostasse de se meter em encrencas insolúveis para depois resolvê-las. Isso gerou também um clima solto e improvisado, cheio de ‘cacos’ em que atores como Marcos Caruso, Eliane Giardini e José de Abreu se esbaldaram, criando em muitos momentos um ambiente de ‘cinema verdade’, com todo mundo falando ao mesmo tempo, sem a alternância antiga da pergunta e resposta.

Esse tipo de estrutura é semelhante aos recentes seriados americanos que estão criando uma nova forma de arte, diferentemente dos filmes que estão até meio arcaicos ou recorrendo a truques visuais, 3D, porrada, historinhas para idiotas.

Um filme almeja sempre um sentido final, uma conclusão qualquer, em duas ou três horas. Um seriado ou uma novela como essa participam de uma nova forma de arte dramática: a vida real em sua casa, acessível imediatamente como o Facebook ou um Instagram – a cara do nosso tempo, sem finais claros, sem tendências fechadas, sem conclusões.

Durante meses ou anos (Sopranos, Lost, Mad Men), a gente se afeiçoa às personagens, como se vivêssemos lá dentro, como se fôssemos parte da família. A direção de Amora Mautner, José Villamarin e seus codiretores é excepcional porque, com uma trama tão rica, que mistura desde a chanchada até momentos trágicos, eles puderam usar recursos de cinema e fotografia que vão de filmes de suspense até ecos de Tarantino.

Esta produção da TV coloca ‘lixão’ de um lado e zona sul do outro, mas nunca faz denúncias sociais ou mostra contradições de um maniqueísmo fácil. E justamente essa recusa ou ausência de ‘mensagens’ torna a obra extremamente, não direi 'política', mas enriquecedora do imaginário brasileiro, incluindo conceitos e comportamentos esquecidos ou ignorados pela dramaturgia nacional. Merece um sério estudo antropológico que a antropóloga Ivana podia fazer...

Esta novela é parte importante da cultura brasileira atual, para longe dos esnobismos estetizantes. Vejo que aqui e no mundo audiovisual nasce uma nova arte de massas, um barroquismo digital e pós pós que não busca mais a realização de um sentido, mas uma convivência entre ficção e realidade. Há vários anos a gente analisava a ‘importância’ de uma obra de arte, para além de sua aura poética. Buscávamos alguma coisa que ajudasse a ‘mudar’ contradições e desse mais harmonia e sentido para a vida social. E agora?

Bem, essa novela foi vista por cerca de 80 milhões de pessoas durante meses e isso a torna não apenas uma ficção sobre nós. Ela faz parte de nossa realidade."
Arnaldo Jabor na sua página de Facebook
Aí vai o top das 5 músicas mais tocadas. Para quem não está inteirado, se preparem que vai sair pagodee funk :)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Jeitinho Carioca continua

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Sequela 2 e a 3 está fresquinha.

A parte 3, nas partes do Carnaval, está hilária!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Depois...

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Depois de tempo demais sem assistir a um show da Marisa Monte só posso afirmar que os bilhetes já estão comprados e agora é esperar ansiosa mas pacientemente pelo dia 27 de Abril de 2013!
Esta música é pura depre mas, apesar disso é linda e faz parte da trilha sonora da "Avenida Brasil" e isso aguenta tudo.
C. os nossos planos vão continuar vivos no presente e no futuro!

"Depois de sonhar tantos anos,
De fazer tantos planos
De um futuro pra nós
Depois de tantos desenganos,
Nós nos abandonamos como tantos casais
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
Depois de varar madrugada
Esperando por nada
De arrastar-me no chão
Em vão
Tu viraste-me as costas
Não me deu as respostas
Que eu preciso escutar
Quero que você seja melhor
Hei de ser melhor também
Nós dois
Já tivemos momentos
Mas passou nosso tempo
Não podemos negar
Foi bom
Nós fizemos histórias
Pra ficar na memória
E nos acompanhar
Quero que você viva sem mim
Eu vou conseguir também
Depois de aceitarmos os fatos
Vou trocar seus retratos pelos de um outro alguém
Meu bem
Vamos ter liberdade
Para amar à vontade
Sem trair mais ninguém
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
Depois"
Depois - Marisa Monte

Olha só que lindo que ficou

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Dueto entre Chico Buarque e a Carminho, cantando "Carolina". A expressão plena do belo.

"Carolina, nos seus olhos fundos guarda tanta dor, a dor de todo esse mundo
Eu já lhe expliquei, que não vai dar, seu pranto não vai nada ajudar
Eu já convidei para dançar, é hora, já sei, de aproveitar
Lá fora, amor, uma rosa nasceu, todo mundo sambou, uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo, pela janela, ah que lindo
Mas Carolina não viu...
Carolina, nos seus olhos tristes, guarda tanto amor, o amor que já não existe,
Eu bem que avisei, vai acabar, de tudo lhe dei para aceitar
Mil versos cantei pra lhe agradar, agora não sei como explicar
Lá fora, amor, uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e só Carolina não viu."
Carolina - Chico Buarque e Carminho

Engraçada

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E muito a propósito face ao momento em que estamos cá em casa :).
Chama-se Frankie Chavez, é português e é mais um na corrente surfer cantor. Não está mal.

sábado, 17 de novembro de 2012

domingo, 4 de novembro de 2012

A volta de Baby Consuelo ou será Brasil?!

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Nunca entendi porque é que há artistas no Brasil com vários nomes e esta Baby é mais uma incógnita. Lembro-me de que ouvi falar dela como Consuelo quando a sua interpretação da bela música do Caetano, "Menino do Rio" foi escolhida para  o genérico da novela "Água Viva" e acho que foi o seu momento alto. Pelo menos nas minhas lembranças foi. Agora venho quando li que, depois de uma longa temporada dedicada à musica gospel, Baby Brasil tinha voltado aos palcos para um show histórico e vejo a sua foto no show com o Caetano, confesso que fiquei muito baralhado e pensei quem é esta Baby Brasil tão igual à Baby Consuelo mas com mais 40 anos em cima?! Mas afinal foi só uma questão de identidade, nada mais. Até porque vim a descobrir que sempre foi conhecida das duas formas. Será por seu nome original ser Bernardete Dinorah?! Ninguém merece!

30 anos dos Titãs na Fundição Progresso

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Com direito a regressos de antigos membros como o Arnaldo Antunes e o Nando Reis. Grande privilégio para que teve a sorte de assistir.

Fica aqui o registo de um momento também único que aconteceu em 1997 no show Acústico MTV com Marisa Monte.
"Olhei até ficar cansado
De ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado
As flores que estão no canteiro
Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado
E embaixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo que eu vejo

A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores têm cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes
Flores
Flores
As flores de plástico não morrem

Olhei até ficar cansado
De ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado
As flores que estão no canteiro
Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado
E embaixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo que eu vejo

A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores têm cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes
Flores
Flores
As flores de plástico não morrem
Flores
Flores
As flores de plástico não morrem"
Flores - Titãs e Marisa Monte

sexta-feira, 2 de novembro de 2012